Mulheres em cargos de liderança continuam em minoria no Brasil. Por quê?
O número de mulheres em cargos de liderança cresceu apenas 4 pontos percentuais em 10 anos, passando para 39%, conforme pesquisa do IBGE, informou hoje, Thais Cerioni, head de marketing Brasil e gerente de comunicação Sul da América do Sul do SAS, no evento SAS Women Empowerment Day 2024, que reúne executivas de diferentes companhias para apresentarem suas visões sobre o papel feminino nas corporações, desafios e conquistas.
Ainda segundo Ceironi, pesquisa realizada pela consultoria Mckinsey, no ano passado, apontou que empresas que mantêm equidade entre homens e mulheres têm resultados financeiros 25% melhores do que as que não possuem esse nivelamento. Se se incluir a equidade também de raça e orientação sexual, e não apenas de gênero, o índice de aumento de lucro sobe para 36%. Mesmo assim, as lideranças das corporações são dominadas por homens, brancos.
Mas iniciativas bem sucedidas foram apresentadas durante o evento. Segundo Rita Carvalho, diretora de Risco Operacional do banco Itaú, uma diretriz interna para ampliar a participação das mulheres consegue já demonstrar resultados mais favoráveis para elas. Segundo Rita, em toda a lista de sucessão em um cargo de liderança do banco, obrigatoriamente tem que estar presente uma mulher e, na banca examinadora dos candidatos, também uma executiva. ” Essa política consegue dar mais segurança psicológica para a candidata que está disputando a vaga”, afirma.
Já para Cyntia Silvestre, head de TI do banco BMG, se as corporações não mudarem as políticas atuais, acabarão replicando nos algorítimos da inteligência artificial (IA) as barreiras e viéses estruturais que existem em relação à diversidade.
Claudine Bayma, CEO da Kwai Brasil, por sua vez, apontou que as mulheres precisam estar dispostas a aceitar mais os riscos que vêm com as oportunidades de cargos de liderança. Observa, ainda que o senso de comunidade, que fazer aumentar a colaboração em diversas culturas , é uma característica feminina importante. E pontua: ” é preciso ainda que a disparidade salarial seja reduzida e que sejam implementadas políticas corporativas mais favoráveis às famílias”.