Proporção de mulheres com smartphone é menor que a de homens na AL
As mulheres não são as maiores utilizadoras de dispositivos, serviços digitais e internet. Somente 42% das mulheres possuem smartphones em relação a 47% dos homens e 15% das mulheres possuem tablets, enquanto que os homens são responsáveis por um total de 19%. A diferença também aparece na intenção de compra em que 31% das mulheres e 38% dos homens afirmam ter vontade de comprar um novo smartphone nos próximos 12 meses.
Os dados fazem parte de levantamento do centro de pesquisa comportamental da Ericsson, o Consumer Lab, e foram divulgados nesta semana em que se comemora o Dia Internacional da Mulher. Os dados mostram que a desigualdade de gênero afeta o consumo de tecnologia. Em um relatório representa o ponto de vista de 189 milhões de homens e mulheres na América Latina. Foram ouvidos homens e mulheres de vários grupos de idade e estado civil em seis países da América Latina.
“Notamos que no Brasil esta diferença no uso de smartphones está diminuindo cada vez mais, principalmente nos grupos mais jovens. Por exemplo, em 2010, somente 4% das mulheres de 15 a 20 anos utilizam um smartphone, comparado a 12% de homens. No entanto, em 2014, o uso aumentou para 62% tanto homens quanto mulheres nessa faixa etária”, de acordo com Diana Moya, diretora do Ericsson ConsumerLab para América Latina e Caribe.
A análise também observa diferenças entre atividades móveis diárias de mulheres em diferentes idades, estado civil (solteiras x casadas) e donas de casa x profissionais do mercado. Mulheres mais novas usam mais dispositivos e, portanto, têm mais conhecimento em tecnologia. 33% das mulheres solteiras gastam mais do que três horas na internet em casa comparadas a 22% das mulheres casadas. Donas de casa gastam mais tempo com transmissão de música, mas as mulheres que estão no mercado de trabalho lideram o uso diário de serviços de internet que vão além do entretenimento.
“É interessante como a questão do gênero aparece como um diferenciador quanto aos fatores de uso de dispositivos e tipos de hábito online. Não tenho certeza se devemos nos focar na igualdade quanto à transmissão de diferentes mídias, mas, certamente, há evidências de que aqueles que possuem mais dispositivos têm maior conhecimento tecnológico e, portanto, possuem melhor acesso a vários serviços – o que pode tornar a vida muito mais fácil”, conclui Moya.
Campanha por mais programadoras
A Microsoft iniciou hoje uma campanha para atrair mais mulheres a profissões ligadas à tecnologia. Batizada de Eu Posso Programar para Meninas, a iniciativa tem participação de 15 organizações não governamentais de todo o mundo.
A campanha convoca as meninas, pelas redes sociais, a aderirem à plataforma EuPossoProgramar.com, de ensino gratuito de linguagens de programação. As ONGs terão a missão de organizar turmas para usar a plataforma, impulsionando a ferramenta.
A companhia criou, também, um hotsite com conteúdos dedicados à mulher, em diferentes idades. O site traz conteúdos de aprendizado livre para meninas na escola, jovens na faculdade, profissionais de exatas e empreendedoras. Como não pode deixar de ser, tem também muita propaganda, ofertas de produtos da própria Microsoft e certificações ligadas às tecnologias da companhia.
Já a ComTIA, associação do setor de TI, lançou no país a comunidade Avançando Mulheres na TI. “O objetivo é levar o empoderamento das mulheres com o conhecimento e as habilidades necessárias para ajudar na construção de carreiras em TI bem-sucedidas”, diz o grupo em nota.
A proposta é semelhante à da Microsoft. Leonard Wadewitz, diretor da CompTIA para a América Latina e Caribe, explica que o projeto pretende inspirar meninas e mulheres a entrarem no campo de TI como uma opção de carreira, além de apoiar as empresas na criação de culturas que promovam uma força de trabalho de TI diversificada. Pesquisa da entidade mostra que apenas 24% dos profissionais de tecnologia no mundo são mulheres, sendo que apenas 8% ocupam cargos de gestoras. (Com assessoria de imprensa)