Metaverso precisa ser interoperável, defende Baigorri

Segundo Carlos Baigorri, o Metaverso traz preocupações regulatórias e tecnológicas importantes.
Carlos Baigorri é contrário, porém, à regulação da plataforma. Credito: Painel Telebrasil Summit 2022

O presidente da Anatel, Carlos Baigorri, afirmou hoje, 29, durante o Painel Telebrasil 2022, que o Metaverso precisa ser interoperável e ter escala para poder se desenvolver. ” O metaverso traz preocupações regulatórias e tecnológicas importantes com os desafios da interoperabilidade e escalabilidade, além dos mecanismos de consenso que serão usados na web 3.0″, afirmou.

Segundo ele, ainda há um desconhecimento muito grande sobre essa plataforma na esfera legislativa, pois os recursos para o metaverso – que são o blockchain e o NFT – são entendidos ainda pelos legisladores como subterfúgios para lavagem de dinheiro, e não como uma plataforma de tecnologia.

Mas ele descarta a necessidade de regulação. ” Não vejo nenhuma razão, por exemplo, de se criar um cartório para vender terreno na lua. É melhor deixar as coisas acontecerem. Se tudo o que tiver na vida real acontecer lá, não se justifica a intervenção do Estado para regular o metaverso. Ainda não sabemos se haverá falhas de mercado que demandarão regulação”, afirmou.

Mas insistiu que a ausência de interoperabilidade e escalabilidade do metaverso poderá se transformar em uma barreira de entrada. “Vou conseguir levar o blockchain de um metaverso para outro?”, indagou. “E, se não tiver escala, o metaverso será muito limitado”, ponderou.

Segundo  Ana Luiza Valadares,  diretora de Politicas Publicas, Conectividade & Infraestrutura Latam, da Meta (ex-Facebook), existem hoje na Web pelo menos 138 plataformas de metaverso, mas ela afirmou que todo o ecossistema já acordou para a necessidade de se buscar a interoperabilidade das plataformas, embora reconheça que a internet atual tem como princípio exatamente não ser interoperável. ” Não é uma questão simples, mas o reconhecimento de que precisa ser assim já é um enorme avanço”, concluiu.

Para Zaima Milazzo, diretora de Novos Serviços da Algar, no entanto, o dever de casa das operadoras de telecomunicações deve ser o de levar a conectividade para todos os devices de uma residência. “A entrada para se ter o metaverso é a conectividade. Não pode só chegar na casa, mas precisa estar em todos os lugares da casa”, afirmou.

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Miriam Aquino

Jornalista há mais de 30 anos, é diretora da Momento Editorial e responsável pela sucursal de Brasília. Especializou-se nas áreas de telecomunicações e de Tecnologia da Informação, e tem ampla experiência no acompanhamento de políticas públicas e dos assuntos regulatórios.
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