Mercado de computadores tem retração de 5% no 1º tri
O mercado brasileiro de computadores encolheu 5% no primeiro trimestre do ano, conforme estimativas da consultoria IDC Brasil. Foram vendido no período 1,26 milhão de unidades, das quais, 381 mil eram desktops e os 887 mil restantes, notebooks.
O desempenho se deve à maturidade do mercado a ao aumento de preços resultante do fim dos incentivos da Lei de Informática. As vendas de notebooks para o usuário doméstico, por exemplo, caíram 8% no primeiro trimestre de 2019.
“Viemos de dois anos seguidos de alta, com forte crescimento nas vendas de portáteis. É natural, portanto, uma demanda menos agressiva. Além disso, tem a questão preço. Os notebooks ficaram, em média, 14% mais caros, consequência do fim dos incentivos da Lei de Informática e do dólar mais alto”, pondera Wellington La Falce, analista da IDC Brasil.
No mercado corporativo, também houve queda. “A queda do mercado de computadores no setor corporativo foi de 6%, movimento puxado para baixo pelo governo, que retraiu 30% em relação ao primeiro trimestre de 2018. Tivemos não apenas uma troca de governo, mas uma mudança radical de gestão e o período de avaliação antes de novos investimentos já era esperado”, afirma La Falce.
Preços e previsão para o ano
Em termos de preços, os computadores para o usuário doméstico ficaram em média 10% mais caros do que no primeiro trimestre de 2018, provocando um aumento de 7% na receita e um faturamento de cerca de R$2 milhões.
No mercado corporativo, o preço médio ficou 21% mais alto e o faturamento foi de cerca de R$1,4 bilhão, 15% maior do que no mesmo período do ano passado. Segundo o analista da IDC, a alta de 21% deve-se, basicamente aos notebooks, que ficaram 14% mais caros no período, e à retração do governo, já que o ticket das compras deste setor é mais baixo e puxa a média do corporativo para baixo.
O cenário para os próximos meses não deve sofrer mudanças significativas e a projeção para 2019 é de um crescimento de 1%, com vendas de 5,6 milhões de unidades de computadores.
Segundo La Falce, os gamers suavizaram a queda do mercado de PCs no primeiro semestre e tudo indica que seguirão comprando desktops e contribuindo para os resultados do setor de consumo. O mercado educacional também deve reagir aos impulsos de inovação e renovar o parque instalado, assim como a preocupação com a segurança de dados e a preparação para a adequação à LGPD deve provocar uma atualização de máquinas nas instituições de ensino. O governo, por sua vez, ainda que retome as compras no segundo semestre, deve ser de forma conservadora. E o setor privado, embora dependente de decisões do governo que injetem ânimo e segurança, deve reagir mais rapidamente. (Com assessoria de imprensa)