Mercadante defende reindustrialização e criação de nova letra de crédito
O presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, defendeu a política de reindustrialização desenvolvida pelo atual governo, que está vinculada à queda dos juros globais e aumento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. O economista, que participou hoje, 7, de evento do BTG Pactual, defendeu a criação de nova letra de crédito para a indústria nos mesmos moldes das que foram criadas para o agrobusiness e o mercado imobiliário, que recentemente tiveram nova regulamentação por parte do Conselho Monetário Nacional (CMN). Essas letras de crédito têm isenção do Imposto de Renda (IR) para pessoas físicas.
“Por que que pode ter CRA e LCA para a agricultura, CRI e LCI para o imobiliário e não pode ter uma letra para a indústria?”. “Alguém me explica porque que a gente deve morar e plantar, mas a gente não pode ter uma indústria moderna e eficiente para impulsionar o desenvolvimento?”. indagou Mercadante durante o painel.
Em dezembro do ano passado o governo Lula enviou um projeto de lei ao Congresso Nacional, prevendo “reforçar a capacidade de financiamento” do BNDES, segundo o próprio banco, prevê não só a criação da LCD, mas também a diversificação das taxas de juros pagas pelo banco ao Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), dentro da política de reindustrialização.
O objetivo do banco é destinar R$ 10 bilhões ao ano para as LCDs, em financiamentos a projetos, reduzindo as taxas para os tomadores de crédito devido à captação incentivada – na mesma linha do que já ocorre com LCIs e LCAs. Segundo o BNDES, a medida é estratégica “para impulsionar investimentos no país, em linha com o Novo PAC, a Nova Política Industrial e o Plano de Transformação Ecológica”.
Ele destacou o novo momento do banco de fomento, que superou R$ 57 bilhões em financiamentos para infraestrutura em 2023 – alta de 24%. “O que antes era uma névoa, agora é um aquário. Hoje, o BNDES é um banco 100% transparente e fundamental para o desenvolvimento do Brasil”, argumentou.