Meirelles: reformas constantes sustentam o crescimento econômico
As reformas são fundamentais para a sustentabilidade do crescimento econômico e têm de ser constantes, defendeu hoje, 22, o ex-ministro da Fazenda e atual secretário de Fazenda e Planejamento de São Paulo, Henrique Meirelles, durante o evento online Painel TeleBrasil 2020.
Apontou que, além da questão fiscal que é fundamental, com o pacto federativo e a reforma administrativa, é preciso olhar para a agenda da produtividade. Meirelles ponderou também que é fundamental estabilizar a situação fiscal. “É uma tarefa constante, mas a agenda da produtividade é o próximo desafio do Brasil.”
Segundo o atual secretário da Fazenda de São Paulo, a situação fiscal será muito importante nos próximos anos, para garantir a retomada da economia de forma sustentável após o período da pandemia, com o cumprimento do teto de gastos nas despesas públicas.
“Neste momento, temos cada vez mais que implantar o teto. No pós-pandemia, é preciso voltar para uma absoluta obediência. Sei que a tentação é grande, porque, por um período, houve expansão por conta de uma crise de saúde inédita. Agora, é necessário reequilibrar o processo”, sustentou.
Para Meirelles, o momento mais crítico da crise foi em abril, quando a economia sentiu o impacto total “do medo do desconhecido, da prudência e das medidas tomadas visando proteger a população”.
Menor nível dos juros
Meirelles defendeu que o teto de gastos foi fundamental para a redução da taxa básica de juros, que hoje está em 2% ao ano, o menor nível da história. No governo do presidente Michel Temer, à frente da pasta da Economia, ele foi o responsável pela criação da norma aprovada no Congresso Nacional que congelou o aumento do gasto público, limitado à inflação do ano anterior, por 20 anos.
“O teto de gastos viabilizou a discussão orçamentária. Passou a ser forçoso discutir prioridades orçamentárias, porque não se podia expandir o gasto. E o Brasil voltou a crescer. A recuperação permitiu ao Banco Central, de forma conservadora, baixar a taxa de juros, com uma consequente melhora estrutural”, afirmou.
Papel da reforma tributária
“Muitos países saíram do problema da dívida crescendo. Não vamos crescer gastando mais, vamos crescer produzindo mais, tirando a carga que uma parte da sociedade tem em termos de questões tributária, em termos de riscos.”
Ilan previu que a reforma tributária será aprovada no país, mesmo que continue enfrentando dificuldade de crescer no médio prazo. O ex-presidente do BC ainda defendeu que o saldo líquido de uma abertura comercial seria positivo para o Brasil. “No médio prazo, não vamos avançar se não formos eficientes”, concluiu.