MCTI quer mais recursos privados na fabricação de chips
Eram 23 empresas do setor de semicondutores, agora são 14, e faltam semicondutores no Brasil, problema que atinge diretamente a indústria automotiva, mas vai chegar aos eletroletrônicos. Por conta de tudo isso, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação vai criar uma estratégia especial para desenvolvimento de semicondutores. A afirmação é do próprio ministro Marcos Pontes, que falou durante audiência na Comissão de Ciência, Tecnologia, Comunicação e Informática da Câmara dos Deputados, nesta quarta, 6.
“Está faltando semicondutores no planeta, não só no Brasil, e aqui o número de empresas diminuiu. Mas não adianta voltarmos para trás para corrigir o problema. Temos que olhar para a frente. Solicitei ao Alvim [Paulo Alvim, Secretário de Empreendedorismo e Inovação do MCTI] uma estratégia específica para desenvolvimento de semicondutores”, disse Pontes.
“Isso vai acabar envolvendo também inteligência artificial e o hardware de todo esse sistema. Precisamos melhorar também toda a tecnologia de semicondutores. E a ideia é reduzir a dependência de recursos públicos e abrir cada vez mais para recursos privados”, continuou.
Pontes reforçou a necessidade de que o PADIS (Programa de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico da Indústria de Semicondutores e Displays) seja mantido, e afirmou que já convocou uma reunião para isso. O programa, que faz reduções a 0% de alíquotas do II, do IPI, do Pis-Importação e do Cofins-Importação para máquinas / equipamentos / insumos / softwares específicos destinados à produção de chips, e tem a previsão legal de acabar em 22 de janeiro de 2022.
Nesta semana, o secretário Paulo Alvim já havia dito que o PADIS é essencial para o setor, e que o MCTI tenta não só mantê-lo e como também fortalecê-lo.
Dubai
Pontes também foi questionado sobre o motivo de o MCTI levar comitiva supostamente muito grande (teriam sido 16 secretários, assessores e diretores da Agência Espacial Brasileira – AEB e do INPE – Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) à Expo Dubai, que está acontecendo neste mês.
O ministro disse que a participação do Brasil no evento é extensa, e que precisa de muita gente lá. Falou que o país participa do Space for Women Expert Meeting, voltado ao fortalecimento da inserção de mais mulheres nas ciências e tecnologia; e também do 72º Congresso Internacional de Astronáutica (IAC).
“Também coloquei o Brasil no Artemis, da Nasa. É o único país sul-americano no projeto”, disse.
Para Pontes, a Expo Dubai é uma vitrine de negócios. “São muitas oportunidades para atrair investimentos para o Brasil. Minha influência internacional ajuda muito. Vou lá justamente para isso: aproveitar essa oportunidade de aumentar os investimentos no país”, concluiu.