Lucro da Brisanet cai 20% no 1º trimestre com custos da ativação do 5G

Receita da operadora cresceu 14,4% na comparação anual, com destaque para o avanço no B2B (26,6%); até março, bases de banda larga e de telefonia móvel totalizavam 1,32 milhão e 55 mil clientes, respectivamente
Com os custos do 5G, Brisanet registra lucro de R$ 20,1 milhões no primeiro trimestre
Despesas associadas à implantação do serviço 5G impactam lucro, EBITDA e margem da Brisanet (crédito: Brisanet/Divulgação)

A Brisanet divulgou, nesta quarta-feira, 15, os resultados financeiros do primeiro trimestre deste ano. A operadora nordestina registrou lucro líquido de R$ 20,1 milhões, resultado 20,1% menor do que o auferido no mesmo período do ano passado (R$ 25,2 milhões).

O lucro antes de juros, impostos depreciação e amortização (EBITDA) avançou 1,4% na comparação anual, alcançando R$ 141,3 milhões. A margem, no entanto, caiu 5,5 pontos percentuais, passando de 47,7%, no primeiro trimestre de 2023, para 42,2%, no intervalo de abertura deste ano.

No informe financeiro, a Brisanet diz que “os custos e despesas associados ao segmento móvel” impactaram os indicadores financeiros, tendo em vista que os desembolsos para ativar o serviço de telefonia celular ainda não são acompanhados por receitas significativas.

“Parte dos custos de operação são fixos e serão diluídos com o aumento gradativo da base de clientes”, afirma a operadora.

Receitas

A receita líquida da Brisanet somou R$ 334,4 milhões no primeiro trimestre, um incremento de 14,4% na comparação anual. A empresa atribui a expansão ao aumento da taxa de ocupação (take-up) da rede – 32,2 mil clientes foram adicionados à base fixa no trimestre – e ao avanço das receitas no segmento corporativo.

Inclusive, a receita bruta do serviço de banda larga cresceu 12,4% no B2C (R$ 309,3 milhões) e 26,6% no B2B (R$ 29,9 milhões) entre janeiro e março, ante o mesmo intervalo do ano anterior. Segundo a Brisanet, os negócios direcionados a empresas têm crescido com a ampliação da presença em cidades maiores.

Fixo

Ao fim do primeiro trimestre, a base de banda larga fixa da Brisanet somava 1,324 milhão de clientes. Em números absolutos, 32 mil assinantes foram adicionados nos três primeiros meses do ano. Em relação ao mesmo período do ano passado, a carteira registrou adição líquida de 165 mil clientes (alta de 14,2%).

A empresa informou que ganhou mais 9,1 mil assinantes em abril, com a base, portanto, chegando a 1,333 milhão.

O total de home passeds (casas passadas, isto é, residências que podem contratar o serviço) chegou a 7,021 milhão, uma expansão anual de 8,7% (o indicador apontava 6,457 milhão no primeiro trimestre do ano passado).

“A companhia ratifica o compromisso e objetivo de seguir aumentando sua base de clientes de fibra de forma orgânica”, ressalta, em trecho do balanço. Atualmente, a Brisanet conta com mais de 40 mil km de infraestrutura de backbone, mais de 280 data centers e mais de 77 mil km de cabos de FTTH (fibra até a casa). A rede de banda larga está presenta em 158 cidades do Nordeste do País.

Móvel

A Brisanet terminou o primeiro trimestre deste ano com aproximadamente 55 mil clientes de telefonia móvel. A companhia adiantou que, em abril, adicionou mais 23 mil usuários, de modo que a base chegou a 78 mil clientes.

A infraestrutura dos serviços 4G e 5G já foi implementada em 98 cidades. A rede móvel, assim, já cobre uma área em que vivem cerca de 6 milhões de pessoas. Nesta semana, a companhia anunciou que vai usar recursos do Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações (Fust) para ampliar o parque de torres de telefonia móvel.

“Seguindo o modelo de crescimento orgânico, que consideramos ser o mais eficaz, seguimos focados em expandir nossas operações e ativos para atender à demanda futura”, diz a Brisanet. “Isso implica um aumento inicial nos custos e despesas. Uma parte significativa destes é de natureza fixa e à medida que conquistamos novos clientes e expandimos nossa base de receita, conseguimos gradualmente capitalizar essa alavancagem operacional”, complementa a empresa a respeito do serviço celular.

Dívida e capex

Conforme o balanço, a Brisanet fechou o primeiro trimestre com uma dívida bruta de R$ 1,26 bilhão. O endividamento avançou 1,6%, na comparação anual, em função do “investimento na infraestrutura móvel e na expansão de sua base de clientes de FTTH”. A dívida líquida, por sua vez, chegou a R$ 833,6 milhões, crescendo 11,8% na mesma base de comparação.

A companhia ainda informou que investiu, levando em conta ativos imobilizados e intangíveis, o montante de R$ 165,3 milhões no primeiro trimestre. A operadora ressaltou que tem valores já desembolsados e capitalizados que ainda não geram receitas na ordem de R$ 423 milhões.

Até março, a Brisanet contava com mais de 8,5 mil funcionários, dos quais mais de 1 mil foram contratados nos últimos seis meses.

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Eduardo Vasconcelos

Jornalista e Economista

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