Leilão 5G: Brisanet vai concorrer sozinha; Um Telecom, em consórcio
Provedores regionais que pretendem participar do leilão do 5G trabalham com modelos de negócios diferentes. A Brisanet, por exemplo, vai disputar sozinha um dos lotes regionais na frequência de 3,5 GHz e realizar um sonho de investir em mobilidade, afirma o CEO da companhia, Roberto Nogueira. Para ele, FWA não será relevante, ele quer levar mobilidade direto para os celulares das pessoas que hoje têm planos pré-pagos e conectar a zona rural, mas aí com a tecnologia 4G.
Para Rui Gomes, CEO da Um Telecom, é preciso um consórcio das maiores operadoras regionais de banda larga para entrar no negócio e ele busca receitas novas, além daquelas obtidas com conectividade e telefonia. Ele não descarta até a entrada de um fundo de investimentos no bloco.
Os valores em estudo pelas duas operadoras regionais também são distintos. Nogueira, da Brisanet, estima o custo de antena de R$ 250 mil, capaz de atender entre cinco a seis mil pessoas. Porém, o sistema operacional maduro não sai por menos de 1 milhão de euros, avalia, levando em conta que esses investimentos serão feitos no segundo semestre de 2023, quando as cidades menores terão o espectro liberado.
Gomes, por sua vez, prevê o valor do site 5G standalone não sai por menos de US$ 250 mil, considerando os valores atuais, mas acredita que cada um poderá cobrir até 20 mil usuários. Quanto aos equipamentos de gestão e o core da rede, no seu entender, eles podem ser compartilhados. Ele também tem interesse pela faixa de 26 GHz, que poderá complementar a fibra óptica para conectar pessoas e máquinas.
Preço alto
Para Nogueira, as empresas menores saem em desvantagem no leilão, pois terão de instalar mais de uma torre nas 1.425 cidades com menos de 30 mil habitantes, onde há poucas oportunidades de negócios e só poderão iniciar a operação no segundo semestre de 2023. Já as grandes operadoras, disse, poderão atender as grandes cidades logo em 2022, com amplas oportunidades de negócio. Em contrapartida, ele sugere que seja ofertado o roaming regional no atacado.
Rui Gomes, por sua vez, defende a criação efetiva do fundo garantidor, para facilitar o crédito para os provedores regionais.