LDO reserva R$ 11, 7 bi para reajuste de salários de servidores em 2023
O projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) reserva R$ 11,7 bilhões para o reajuste dos salários do servidores, informou hoje, 18, em coletiva, o secretário especial de Tesouro e Orçamento do Ministério da Economia, Esteves Colnago. Segundo o secretário, ainda não se sabe se a correção será linear para todos os funcionários. O PLDO foi enviado na semana passada ao Congresso Nacional pelo governo.
“Não tem como falar se vai ser linear, por carreira. A decisão ainda vai ser tomada. A ideia é que se crie uma reserva e a decisão vai ficar a cargo do presidente [da República em 2023]. Enfim, ainda não foi tomada. De forma prudencial, incluímos na nossa estimativa uma reserva de R$ 11,7 bilhões”, afirmou. Ele disse ainda que não está definido se o governo irá mesmo conceder o reajuste de 5% este ano, conforme foi anunciado.
Conforme as projeções do mercado, esse valor alocado pela LDO para o reajuste de salários é insuficiente para um reajuste linear maior do que 5% para todos os servidores públicos no próximo ano. “É a primeira vez que o governo inclui essa medida no PLDO, mas o valor é insuficiente para dar um aumento maior que 5% no ano que vem para todos. Ou seja, ou o governo pretende repetir a dose (um reajuste linear pouco inferior a 5% a todos os servidores do poder Executivo) ou privilegiará carreiras que estão em greve ou paralisação com reajustes maiores (20% – 30%)”, avalia o XP.
Números conflitantes
As metas do PLDO (Projeto de Lei de Diretrizes orçamentárias) para 2023 foram estimadas considerando-se um crescimento da economia de 2,5% no triênio 2023-2025, enquanto o mercado um crescimento consideravelmente menor, de 0,5% em 2023, 1,7% em 2024 e 2,1% em 2025.
Além disso, a inflação no cenário do PLDO é estimada em 3,25% em 2023 e 3% nos anos seguintes, enquanto a Selic média é de 10%, 7,7% e 7,1% nos anos de 2023, 2024 e 2025, respectivamente. Já as projeções do mercado para inflação estão em 4%, 3% e 3% e para Selic média em 11,6%, 7,6% e 7,5% para o mesmo período.
O salário-mínimo foi previsto para R$ 1.294, reajuste abaixo da inflação do período.