IoT não sobrevive sem o satélite, afirma o segmento
A Internet das Coisas (IoT) a princípio é vista como uma solução da telefonia celular. Portanto, terrestre e que, devido a necessidade de baixíssima latência, pode ser prestada exclusivamente por essa rede. Esse argumento, usado com frequência pelos operadores e fornecedores de tecnologia para a telefonia móvel, não se sustenta por muito tempo quando é confrontado por operadores de capacidade do satélite, que participaram do debate no Futurecom 2017.
“A rede de celular irá precisar cada vez mais de mais conectividade e o satélite será um parceiro importante para fortalecer o backhaul das operadoras móveis”, afirmou Lincoln Oliveira, vice-presidente da Embratel Star One.
Para o diretor de negócios para a América do Sul da Hispamar, Sérgio Chaves, além de fornecer capacidade para as redes das operadoras, os satélites irão se tornar também players importantes na oferta de serviços de IoT para o usuário final, com a oferta de serviços que não demandem latências tão imediatas. ” Na Espanha, 15% das linhas de trem já são monitoradas por redes de satélite “, assinalou.
Mas se os satélites geoestacionários têm o seu lugar garantido na futura geração da internet, uma nova constelação de satélites de órbita baixa conseguirá dar respostas ainda mais propícias. Mauro Wajnberg, gerente geral da Telesat Brasil, lembra que a indústria satelital era bem conservadora, realidade que está mudando rapidamente com as novas tecnologias lançadas há poucos anos. ” Novas tecnologias estão reduzindo os custos e melhorando o desempenho”, assinalou.
Marcio Tiago, country diretor da Yahsat, destaca ainda que o Brasil tem características próprias, que demandam mais capacidades via satélite. Além do tamanho do território e da força do agrobusiness, os brasileiros adoram consumir a internet. ” O internauta brasileiro é diferente dos demais. A sua demanda é muito maior do que a de usuários de outros países”, afirmou.
Para Márcio Brasil, da Intelsat, é preciso, porém, investir pesado em novas tecnologias de acesso, de maneira a evitar que os custos dos devices para o satélite não se tornem impeditivos ao crescimento do setor. ” Estamos investindo em fabricantes de dispositivos como uma maneira de baratear a acessibilidade ao satélite”, concluiu.