Investimento em startups cai mais de 80% em agosto

Segundo estudo da plataforma Distrito, o investimento em startups caiu de US$ 880,3 milhões em agosto de 2021 para US$ 174,2 milhões em 2022.
Investimento em startups cai mais de 80% em agosto - Crédito: Freepik
Crédito: Freepik

As startups brasileiras captaram um montante 45% menor em investimentos ao longo deste ano, de acordo com a mais recente pesquisa realizada pela plataforma de inovação Distrito.

De janeiro a agosto de 2022, foram US$ 3,6 bilhões contra US$ 6,6 bilhões registrados no mesmo período de 2021.  A inflação, tanto global quanto local, as taxas de juros em elevação e as eleições no país são apontadas como os principais motivos para essa queda.

O levantamento aponta ainda que só em agosto, o recuo na capitação foi mais acentuado. Chegou a 80,2%, segundo o estudo. O investimento caiu de US$ 880,3 milhões neste mês do ano passado para US$ 174,2 milhões em igual período de 2022.

O membro da Advisory Board da BTTECH – lawtech com soluções para o setor jurídico – e COO do BTLAW, Carlos Akira Sato, acredita que a queda das captações pelas startups é uma situação passageira e deve retomar com força a partir do segundo trimestre de 2023.

Na sua avaliação, a grande expectativa do mercado é o resultado da eleição presidencial, da Câmara e do Senado. “A simples definição do novo presidente e da composição do Congresso determinarão o retorno dos investimentos nas startups brasileiras”, avalia.

Akira ressalta que a inflação global, iniciada durante a pandemia da Covid-19 e agravada pelo conflito da Rússia com Ucrânia, determinou o aumento das taxas de juros praticadas pelos bancos centrais das principais economias mundiais. Esse cenário mundial impactou o consumo e o risco de crédito das famílias brasileiras e também o investimento em startups.

“Grandes expectativas foram frustradas e os investidores subiram a régua para avaliação de novos investimentos”, salienta. Akira esclarece ainda que todo esse contexto internacional canalizou parte considerável dos recursos dos investidores para o porto seguro da renda fixa. “Procurar essa proteção é o caminho natural dos investidores”, analisa.

Amadurecimento no setor

Akira afirma ainda que houve um processo de amadurecimento dos investidores, dos empreendedores e das startups. De acordo com ele, a dimensão da economia associada às tecnologias e às regulamentações inclusivas propiciaram a criação de negócios gigantes com milhões de usuários. “Mas nem todos geraram resultados, mesmo após o IPO.”

O executivo da BTTECH completa que o mercado brasileiro também apresenta vários tipos de investidores para todos os tamanhos e estágios das startups. “Existem os bancos e fundos de investimento, investidores anjo, crowdfunding, aceleradoras, venture capital, corporate venture capital, family office, entre outros, além de diversas oportunidades em todos os setores da economia”, conclui.

(com assessoria)

Avatar photo

Redação DMI

Artigos: 1900