Investidores em renda fixa crescem 17% no 1T22

São 10,4 milhões de CPFs com produtos nesse segmento, e o valor em custódia cresceu 38% chegando a R$ 1,182 trilhão, segundo a B3.
Investidores em renda fixa crescem 17% no 1T22 - Crédito: Freepik
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Os investidores em renda fixa cresceram 17% no primeiro trimestre de 2022, comparado a igual período no ano passado, com a alta da taxa básica de juros, somando 10,4 milhões de CPFs com produtos nesse segmento, segundo levantamento realizado pela B3. O valor em custódia cresceu 38% chegando a R$ 1,182 trilhão.

Entre abril de 2021 e março de 2022, por exemplo, a quantidade de investidores do Tesouro Direto cresceu 28%, de 1,5 milhão para 1,9 milhão de CPFs, e o valor em custódia subiu 27%, de R$ 65,4 bilhões para R$ 83,2 bilhões. Ao mesmo tempo, o saldo mediano caiu 13%, para R$ 2.300.

Já os CDBs, entre dezembro de 2020 e março de 2022, tiveram um incremento de 20% na quantidade de CPFs (atualmente, são 7,3 milhões de pessoas) e de 16,6% no volume investido, que chegou a R$ 513,8 bilhões. São números robustos, mas outros produtos de renda fixa registraram níveis de crescimento ainda maiores no período.

Os Certificados de Operações Estruturadas (COEs) tiveram expansão de 34% no número de CPFs e de 47% no volume investido; e as Letras de Crédito Imobiliário (LCIs) ganharam 39% de CPFs a mais e 37% de volume investido.

Vale destacar o crescimento do investimento em LFTs (Letras Financeiras do Tesouro, também conhecidas como Tesouro Selic), que são papéis indexados à taxa básica de juros. No primeiro trimestre de 2022 30% dos investimentos no Tesouro Direto foram destinados às LFTs, atingindo o mesmo patamar de 2019, antes da pandemia de Covid-19.

“Efeito Selic” na renda variável: fuga ou diversificação?

Uma das conclusões do levantamento é que o investidor continua buscando diversificação do seu portfólio.

No universo da renda variável, o número de investidores deu um salto de mais de 40% entre abril de 2021 e março deste ano. A quantidade de CPFs cresceu 44% (com a entrada de 1,3 milhão de novos investidores, totalizando 4,3 milhões), e a quantidade de contas de pessoas físicas subiu 41%, pois uma mesma pessoa pode ter conta em mais de uma corretora.

Boa parte desse resultado se deve ao crescimento de BDRs e ETFs. A B3 recebeu, em 12 meses, 1,2 milhão de novos investidores em BDRs, que são recibos de ações de empresas estrangeiras que podem ser adquiridos no Brasil. Isso representou um salto de 532% na quantidade de investidores do produto, que agora contabiliza 1,4 milhão de CPFs.

No mesmo período, que vai de abril de 2021 a março de 2022, o valor em custódia subiu 76%, para R$ 7,6 bilhões, enquanto o saldo mediano investido em BDRs caiu de R$ 1.893 para R$ 95.

O avanço dos BDRs é parte de uma tendência de diversificação internacional do investidor de renda variável, que também se reflete nos ETFs, fundos de investimento cujas carteiras espelham a composição de algum índice de referência. Esses fundos registraram alta de 78% em 12 meses, atingindo 529 mil CPFs, com aumento de 32% no valor custodiado (R$ 10,4 bilhões).

Fiagro e ETF de criptoativos: as novidades 

Lançado em outubro de 2021, o Fiagro (Fundo de Investimento em Cadeias Agroindustriais) está tendo uma evolução muito rápida: o número de investidores disparou 419% em apenas 6 meses. O produto guarda muitas similaridades com o FII, incluindo a vocação para as pessoas físicas, que respondem por 98% do volume investido.

O saldo mediano no FIAGRO está por volta de R$ 20 mil, quatro vezes maior que o dos FIIs.

Outra novidade desta edição do estudo da B3 são os ETFs de criptoativos. O número de investidores foi de 61 mil CPFs em abril de 2021, quando foram lançados, para 194 mil CPFs, um salto de 217%. A pessoa física responde por 64% do volume investido, com saldo mediano de R$ 1.300 nesse produto.

(Com assessoria)

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Redação DMI

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