Invest Tech estuda fundo para investimento em infraestrutura de telecom
Depois de operar três veículos de investimento, a InvestTech está estruturando um novo fundo para atuar no setor de telecomunicações. Criada em 2004, por Mauricio Lima, a empresa é uma gestora de fundos de investimentos, focada em startups e empresas de TI e Telecomunicações. Em 2016, a empresa ganhou o reforço de Santiago Fernández Valbuena, que ingressou como sócio.
Ex-CEO da Telefónica Latam, na sua passagem pela companhia, de 2011 a 2016, ocupou posições como vice-presidente da Telefónica Brasi/Vivo e diretor de estratégia da Telefónica na Espanha, tendo participado da aquisição da Vivo da Portugal Telecom. É com essa experiência que ele planeja buscar oportunidades de investimento no setor.
O primeiro fundo Invest Tech I, experimental, contou com R$ 30 milhões e fez aportes em empresas como Navita, Huntington, Firstteam, Bertini do Brasil, Gemelo Data Centers e Escola 24horas. Já o Invest Tech II foi estruturado em 2014 com R$ 200 milhões e ampliado para R$ 350 milhões apoiando empresas como Americanet (fibra) Brasilct, SkyOne (cloud), Ahgora, Acesso (cartões), e-Construmarket (marketplace), Quality e Ogasec. “Todos os recursos já foram aplicados”, explica Valbuena.
Em fase de investimento ainda está o Fundo VC de R$ 50 milhões atualmente em busca oportunidades. Desse total, 40% já foram aplicados 40% em startups como ClipEscola, Dattos, Logcomex (comércio exterior), Configr e Skore.
“Ainda temos 60% dos recursos do fundo VC para aplicar em presas com soluções digitais para problemas físicos até 2022. Estamos focado em nuvem, comércio exterior, marketplaces, e educação. Como tivemos uma performance muito boa, estamos analisando a criação de um novo fundo. Pode ser voltado a infraestrutura, que fica entre software e telecomunicações, a exemplo dos fundos de fibra óptica ou de telecomunicações”, sinaliza Valbuena.
No ano passado, a empresa tentou captar no exterior recursos para a formação de um fundo voltado a telecomunicações. Mas a pandemia e as incertezas da economia brasileira frustraram a estratégia. A despeito do interesse de grandes fundos que têm buscado oportunidades nos segmentos de infraestrutura como fibra óptica e torres.
“Não saímos com a ideia para consolidar os ISPs, que têm grande potencial. Os grandes fundos têm interesse em investir em operações já prontas, não constroem nada. Eles não investem nos ISP e sim nos contratos que alguns têm com as operadoras, para contarem com uma receita de aluguel por vários anos. Tentamos lançar o fundo e 2020, mas os investidores, sobretudo os europeus, têm muito receio do câmbio. Agora estamos refletindo a melhor estratégia, para identificar se a dificuldade está no setor de telecomunicações ou de conjuntura”, explica Valbuena.
A pandemia que acelerou a transformação digital, facilitou a busca por investidores com reuniões que não precisam mais ser presenciais. A meta é bater o martelo até o final do ano e começar a captar no próximo ano. Valbuena descarta o investimento no leilão do 5G, mesmo no financiamento dos pequenos provedores.