Internet de alta velocidade ainda é melhor opção para gerar receitas
Os gastos dos consumidores e das empresas em produtos de telefonia e internet estão em queda há uma década. Contudo, para contornar a espiral negativa, as operadoras podem oferecer ao mercado um pouco mais do que já fazem, isto é, pacotes de dados mais robustos.
Isso é o que diz Tom Rebbeck analista da divisão de pesquisa da Analysys Mason, em evento online da consultoria, realizado nesta segunda-feira, 10.
Em sua apresentação, Rebbek mostrou que, na Europa Ocidental, as despesas dos consumidores com serviços de telecomunicação caiu de 148 bilhões de euros, em 2012, para 127 bilhões de euros, em 2021, registrando queda de 14,2%.
No mesmo período, o gasto do setor empresarial passou de 81 bilhões de euros para 69 bilhões de euros, o que representa uma retração de 14,8%.
“De forma geral, o mercado está em declínio”, frisou Rebbeck. “Há 20 anos, o aumento da penetração da telefonia móvel deixou todos otimistas, mas não foi o caso da última década”, complementou.
Ainda assim, a oferta de internet de alta velocidade pode mudar este cenário, segundo o analista. Com base em um levantamento, Rebbeck mostrou que, em algumas das principais economias europeias, planos de dados de pelo menos 30 GB por mês chegam a uma pequena parcela de consumidores – 12% na Alemanha e 22% no Reino Unido, por exemplo.
Além disso, a taxa de assinantes de planos de fibra óptica de velocidade superior a 500 Mbps tem como melhor resultado a Espanha, onde 33% dos consumidores contratam o serviço nessa banda.
“As operadoras têm muito espaço migrar clientes móveis para pacotes de dados maiores e para vender internet de alta velocidade para clientes de fibra”, reforça o analista.
Para os clientes corporativos, o que pode incrementar os negócios das teles é a oferta de novos serviços. “Nuvem, segurança, redes privadas. Não faltam opções para as operadoras”, ressaltou o especialista.
Rede privada
Em outra conferência no mesmo evento, Michele Mackenzie, analista principal da Analysys Mason, destacou que o mercado de rede privada está crescendo, embora a taxas mais modestas nos últimos anos.
“Os fornecedores de redes privadas devem reduzir a complexidade do serviço para entregar às empresas soluções integradas e adaptadas às suas necessidades, de modo a fazer valer o custo relativamente alto da contratação”, recomendou Michele.