Inovação financeira no Brasil é construída por mercado e regulador

No último painel da 4ª edição do Digital Money Meeting, promovido pelo Tele.Síntese, participantes discutiram os fatores que possibilitam a inovação financeira no país

Inovação financeira no Brasil é construída por mercado e regulador

Quando o assunto é inovação, é comum surgir o questionamento sobre o impacto da regulação. Ela impulsiona ou inibe a inovação? No sistema financeiro brasileiro, o principal órgão regulador, o Banco Central (BC), pode ser considerado um aliado da inovação por alguns profissionais que atuam no setor. Essa é a visão, por exemplo, de Gustavo Lino, presidente da Associação dos Iniciadores de Transação de Pagamentos (INIT).

“Há uma simbiose entre mercado e regulador e é isso que vem colocando o Brasil na vanguarda do setor financeiro. Esse é um ativo do Brasil, acho que poucos países têm uma atuação regulatória tão forte como aqui”, destacou Lino ao participar da última mesa da 4ª edição do Digital Money Meeting, moderada por Carlos Augusto Oliveira, CEO da Certdox, nesta terça-feira (4 de junho).

A opinião do presidente da INIT foi compartilhada por Henrique Weaver, cofundador e CEO da Pagaleve. “O BC tem tido o mindset certo para lidar com a regulação de forma a estimular a inovação”, disse.

Na visão dos executivos que participaram do painel, o BC tem tido a capacidade de conversar com o mercado e ouvi-lo para corrigir gaps e diminuir fricções no sistema financeiro.

A partir disso, a autarquia provoca o mercado gerando não só inovação, como também a concorrência, algo que tem conduzido à descentralização do setor financeiro. Para os participantes do painel, a diversidade de modelos de negócio e os diferentes portes das empresas atuando no mercado financeiro brasileiro são resultado dessa dinâmica.

Atualmente, o BC está trabalhando, por exemplo, em temas como o Pix automático (previsto para outubro), a segunda fase de testes do real digital, o Drex, regulações do Open Finance, além da regulação do mercado de criptomoedas no país.

Esta é, inclusive, uma regulação aguardada pelas empresas que atuam no segmento, como é o caso do BityBank. “Tem empresas que acreditam que a regulação imputa algum atraso ou engessa o sistema. Mas, falando especificamente de criptomoedas, tem o papel de chancela. Passa a ser um mercado reconhecido e validado, deixa de ser submundo”, avaliou Erilton Marques, diretor de Produtos do Bitybank.

O Digital Money Meeting, promovido pelo Tele.Síntese, aconteceu de forma online e gratuita durante ontem (3 de junho) e hoje, 4, com a presença de autoridades do BC, diretores de bancos, executivos de fintechs e dirigentes de associações do setor financeiro.

Nesta edição, algumas das principais vozes do setor de economia digital exploraram temas que estão mudando a forma como os brasileiros lidam com suas finanças, bem como os novos produtos e serviços que estão em fase de adaptação e aprimoramento.

O evento contou ainda com a participação de operadoras de telecomunicações, setor que, além de viabilizar a existência de serviços digitais, tem se aproximado, cada vez mais, de bancos e fintechs e, inclusive, incorporado produtos financeiros em suas ofertas aos clientes finais.

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Simone Costa

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