InfraCo e Oi só querem a frequência de 26 GHz no leilão do 5G, diz Abreu

Operadora pode usar espectro para ofertas de banda larga fixa a partir de redes 5G, enquanto à Infraco pode interessar complementar o backhaul com enlaces de alta capacidade em ondas milimétricas

O presidente da Oi, Rodrigo Abreu, em conferência hoje, 13, com analistas para detalhar a operação que resultará com a oferta de compra da InfraCo – a empresa de fibra óptica da Oi –  reiterou que o único interesse das duas empresas no leilão do 5G a ser lançado pela Anatel seria na aquisição do espectro mmWave, de  26 GHz, para ampliar o bakchaul, no caso da InfraCo, ou para ampliar a oferta de banda larga fixa, com a tecnologia FWA, no caso da Oi.

Abreu salientou que  o foco da Infraco é investir em sua infraestrutura de fibra óptica para atender a demanda que vai ocorrer com a chegada do 5G e ampliação da capilaridade das small cells e a aquisição de espectro em 26 GHz pode fazer sentido para a ampliação desse backhaul.

Já no caso da Oi, que continuará a atender o cliente final, o interesse também seria adquirir esse espectro para ampliar a oferta de banda larga fixa.

“A Oi não irá atender os usuários móveis,  devido ao acordo de venda de suas operações móveis, então não faria sentido para nós ver o 5G como alternativa para a prestação do serviço móvel ao usuário final. Por outro lado, podemos ver a 5G como alternativa para oferecer o FWA (Fixed Wireless Access) e isso continua em nossa visão”, afirmou o executivo. E completou:

“A frequência de 26 GHz pode ser vista também como importante para a oferta de backhaul para as small cells e isso também será analisado pela Infraco”. Mas ele ressaltou que ainda é “muito cedo” para afirmar se as empresas irão participar do leilão, enquanto as regras finais não são conhecidas.

“O interesse no leilão será na frequência de 26 GHz, com dois focos: seja para o backhaul, seja para a oferta de acessos sem fio de banda larga fixa (FWA)”  concluiu Abreu.

700 MHz

Há fortes comentários no mercado de que o BTG, que fez a oferta de compra pela InfraCo, teria interesse também em disputar a faixa de 700 MHz, que terá 20 MHz à venda no leilão da 5G. Mas esse espectro é nobre para a oferta de serviços celulares em 4G.

A Anatel está colocando à venda 1 GHz na faixa de 26 GHz. Na primeira rodada, serão leiloados 5 blocos nacionais e 3 blocos regionais de 400 MHz. Em uma segunda rodada, a depender da inexistência de proponentes vencedoras na primeira rodada, serão até 10 blocos nacionais e 6 regionais de 200 MHz.

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Miriam Aquino

Jornalista há mais de 30 anos, é diretora da Momento Editorial e responsável pela sucursal de Brasília. Especializou-se nas áreas de telecomunicações e de Tecnologia da Informação, e tem ampla experiência no acompanhamento de políticas públicas e dos assuntos regulatórios.
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