Inflação na indústria tem alta recorde de 28,39%

Os preços na indústria fecharam o ano de 2021 com alta acumulada de 28,39%, recorde desse indicador na série histórica, iniciada em 2014.
Inflação na indústria tem alta recorde de 28,39% - Crédito: Freepik
A variação do refino de petróleo e biocombustíveis foi de 69,72% – Crédito: Freepik

Os preços na indústria fecharam o ano de 2021 com alta acumulada de 28,39%, recorde desse indicador na série histórica, iniciada em 2014. A alta de 2021 foi 9 pontos percentuais (p.p.) maior que o de 2020.

A inflação do setor industrial variou -0,12% em dezembro de 2021 frente ao mês anterior, primeiro resultado negativo depois de 28 meses. Os dados são do Índice de Preços ao Produtor (IPP), divulgado nesta terça-feira, 1º, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

De acordo como gerente de análise e metodologia da Coordenação de Indústria do IBGE, Alexandre Brandão, são muitas as variáveis que contribuíram para este comportamento dos preços na indústria brasileira. “Podemos enumerar, o câmbio, cuja depreciação chegou a quase 10%; o comportamento do mercado ao longo do ano, com aumentos consideráveis no preço do minério de ferro, do óleo bruto de petróleo, de alimentos como açúcar e carne. Também não dá para desconsiderar a pandemia, que ainda tem tido impacto nas cadeias produtivas, além do clima, já que o inverno foi rigoroso e proporcionou problemas na safra do açúcar e do café, por exemplo”, enumera o especialista.

Embora tenha apresentado índice recorde no acumulado anual, o IPP demonstrou desaceleração no segundo semestre. Em junho, o acumulado de 2021 era 36,78%, e caiu ao longo dos meses até a taxa de 28,39%. “Do meio para o fim do ano, houve uma atenuação muito por conta do setor de indústria extrativa, em específico o minério de ferro, cujos preços foram desacelerando a partir de setembro”, explica Brandão.

O IPP mede a variação dos preços de produtos na “porta da fábrica”, isto é, sem impostos e frete, de 24 atividades das indústrias extrativas e da transformação. Oito delas fecharam o ano com alta, destaque para refino de petróleo e biocombustíveis (69,72%), outros produtos químicos (64,09%), metalurgia (41,79%) e madeira (40,76%). Já as principais influências no acumulado da indústria geral vieram do refino de petróleo e biocombustíveis (com 5,88 p.p.), outros produtos químicos (5,14 p.p.), alimentos (4,77 p.p.) e metalurgia (2,73 p.p).

Pela perspectiva das grandes categorias econômicas, o resultado anual se configura a partir da variação de 21,08% em bens de capital (com influência de 1,53 p.p.), de 35,15% em bens intermediários (19,58 p.p.) e de 19,66% em bens de consumo (7,28 p.p.), sendo 15,95% em bens de consumo duráveis (0,99 p.p.), e 20,41% em bens de consumo semiduráveis e não duráveis (6,29 p.p.).

Resultados de dezembro

Quanto ao resultado do mês de dezembro de 2021, a variação em comparação com novembro foi de -0,12% – em novembro, na comparação com outubro, a indústria havia registrado alta de 1,46%.

No último mês do ano, 17 das 24 atividades industriais investigadas na pesquisa apresentaram alta de preço ante novembro, embora a indústria geral tenha apresentado variação negativa. Destaque para as duas maiores quedas, nas indústrias extrativas (-12,77%) e metalurgia (-3,27%), e as duas maiores altas, em outros produtos químicos (2,57%) e outros equipamentos de transporte (2,36%). Em termos de influência, os destaques foram: indústrias extrativas (-0,71 p.p.), alimentos (0,49 p.p.), outros produtos químicos (0,26 p.p.) e metalurgia (-0,24 p.p.).

Entre as grandes categorias econômicas, a variação de preços na passagem de novembro para dezembro foi de 1,73% em bens de capital (com influência de 0,12 p.p.); -0,54% em bens intermediários (-0,32 p.p.); e 0,24% em bens de consumo (0,08 p.p.), sendo alta em bens de consumo duráveis de 0,76% (0,04 p.p.), e variação nos bens de consumo semiduráveis e não duráveis de 0,14% (0,04 p.p.).

(com Agência IBGE Notícias)

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Redação DMI

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