Inflação da indústria tem alta de 1,18% em janeiro
Os preços no setor industrial iniciaram o ano de 2022 com um aumento de 1,18% em janeiro, na comparação com dezembro de 2021. Na passagem de novembro para dezembro, a variação foi de -0,08%. Os dados são do Índice de Preços ao Produtor (IPP), divulgado nesta terça-feira, 8, pelo IBGE. No índice que registra os últimos 12 meses, a taxa foi de 25,51%. Em dezembro, havia sido de 28,45%.
O IPP mede a variação dos preços de produtos na “porta da fábrica”, isto é, sem impostos e frete, de 24 atividades das indústrias extrativas e da transformação. Dessas, 18 apresentaram alta. Os quatro setores com maiores variações, em termos absolutos, foram indústrias extrativas (9,54%), bebidas (4,31%), madeira (3,14%) e papel e celulose (2,85%).
De acordo com o analista da pesquisa, Felipe Câmara, o resultado do mês tem ligação com o preço do petróleo e do minério de ferro, ambos em alta no mercado internacional. “Houve também transmissão disseminada de maiores custos dos insumos ao longo das cadeias produtivas, que se encontram desarticuladas por paralizações na produção, escassez e encarecimento de matérias-primas”, explica.
Os preços das indústrias extrativas tiveram alta pela primeira vez desde agosto de 2021. Na comparação anual, os preços de janeiro de 2022 estiveram 11,30% superiores aos de janeiro de 2021. “O aumento de preços em relação a dezembro acompanha a recuperação recente do preço internacional do petróleo e do minério de ferro, e o acumulado em 12 meses guarda relação com as altas mais expressivas nos preços destas commodities no 1º semestre de 2021”, justifica Câmara. Este resultado colocou a variação de preços do setor como a que mais influenciou o resultado do mês (0,46 p.p., em 1,18%).
Os preços no setor de refino de petróleo e biocombustíveis, depois de caírem 1,54% em dezembro de 2021, aumentaram 2,26%. Foi a segunda maior influência no mês (0,25 p.p., em 1,18%). O setor é também o de segundo de maior peso atual. “O resultado dessa atividade não só acompanha a recuperação recente do preço do petróleo, mas também responde ao efeito da alta acumulada do barril nos últimos meses. O setor, como toda a indústria, convive ainda com o encarecimento nos custos de importação de insumos, provocado pela depreciação cambial do último semestre”, afirma o analista da pesquisa.
Outro destaque da pesquisa é a alta recorde no setor de veículos automotores: 2,27%. É a maior taxa da atividade em toda a séria histórica, iniciada em janeiro de 2010.
Saindo das altas, o setor de alimentos, o maior peso no cálculo geral do IPP, teve uma variação de -0,20%. Este é o primeiro resultado negativo desde junho de 2021 (-0,14%).
No que diz respeito às grandes categorias econômicas, a variação de preços de janeiro de 2022 frente a dezembro de 2021 foi de 2,56% em bens de capital e de 1,73% em bens intermediários. Já em bens de consumo, houve variação de -0,04%, sendo que em bens duráveis foi de 1,20% e bens semiduráveis e não duráveis foi de -0,27%.
(com Agência IBGE)