Importação da China ainda é problema para parte da indústria eletroeletrônica

52% das fabricantes que importam produtos daquele país relatam que ainda não estão com fornecimento normalizado. Empresas também apontam dificuldade na obtenção de crédito durante a pandemia

Sondagem realizada pela Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee) entre os dias 8 e 15 de setembro com 53 empresas para acompanhar os impactos do coronavírus na atividade do setor apontou que 82% das entrevistadas têm a percepção que o cenário econômico atual do Brasil melhorou comparado com o período mais crítico da pandemia, no mês de abril.

Para 10% das pesquisadas, o cenário permanece inalterado e as demais (8%) acreditam que a conjuntura atual está pior que a verificada em abril deste ano.

A pesquisa também mostra que 48% das fábricas que importam componentes está com o fornecimento totalmente normalizado. Mas, para o restante, ainda há problemas: 27% dizem que o fornecimento está parcialmente normal, enquanto 25% informaram que ainda enfrentam problemas de fornecimento de insumos vindos da China.

Destaca-se que 69% do total de entrevistadas que importam componentes ou insumos da China e que tiveram dificuldades no fornecimento no começo do ano não mudaram a sua estratégia para tentar diminuir a centralização nos suprimentos desses itens da China, devido à complexidade do desenvolvimento de novos canais de abastecimento.

Muitas, no entanto, buscam alternativas, como: desenvolvimento de fornecedores no mercado interno (36%); aquisição destes itens de fornecedores já existentes no mercado local (23%); importação de componentes ou insumos de países como Japão, Coréia do Sul, Taiwan, Vietnã, Estados Unidos, Alemanha, entre outros (13%).

Medidas emergenciais do governo

Neste levantamento foi observado que 64% das entrevistadas adotaram alguma medida emergencial autorizada pelo governo com o objetivo de amenizar os impactos econômicos da pandemia de Covid-19, tais como:

• Redução de salário e jornada de trabalho;
• Flexibilização das férias;
• Suspensão temporária de contrato de trabalho;
• Utilização de banco de horas;
• Postergação do recolhimento do Fundo de Garantia;
• Postergação do recolhimento de impostos;
• Isenção do IOF sobre operações de crédito;
• Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe) –
• financiamento para capital de giro;
• Postergação de pagamentos de financiamentos;
• Linhas de financiamentos; entre outros.

Segundo a pesquisa, essas medidas foram extremamente relevantes para 19% das entrevistadas; muito importantes para 24% e relevantes para 15% das pesquisadas. Porém, 21% das empresas consideraram as medidas pouco relevantes e as demais (21%) não perceberam relevância nessas ações.

Linhas de crédito

Desde o início da pandemia de Covid-19, muitas empresas do setor eletroeletrônico vêm relatando dificuldades no acesso ao crédito. Conforme essa última pesquisa, 64% das entrevistadas recorreram a recursos financeiros no mercado de crédito em razão da pandemia.

Deste total, 29% tiveram acesso ao crédito sem dificuldades; 43% conseguiram os recursos, porém com dificuldades; para 19% a solicitação ainda está em análise e 9% não conseguiram o crédito.

Ainda nesta sondagem, 46% das empresas indicaram que pretendem investir ainda neste ano e 31% têm a intenção de investir a partir do ano que vem. As demais (23%) não têm intenção de realizar investimentos em 2020 e 2021. (Com assessoria de imprensa)

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Da Redação

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