Implementação do Open Banking estará concluída este ano, segundo presidente do BC
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, confirmou nesta sexta-feira, 9, que a implementação do Open Banking deve estar finalizada até o fim de 2021, ao participar de live promovida pela XP Investimentos e pelo site Infomoney sobre os cenários econômico e político no Brasil e na América Latina.
Campos Neto acredita que a saída para a crise deve ser inclusiva e sustentável e que passa, necessariamente, pela tecnologia. “Nada mais razoável do que dar poder para que o povo possa usar seus próprios dados para acessar produtos mais adequados e com melhores preços”, frisou.
Ainda falando sobre tecnologia, o presidente do BC comemorou os resultados do Pix, ressaltando que mais de 70% da população brasileira já utilizou o meio de pagamento digital de alguma forma. As soluções financeiras pós Sandbox, na opinião de Campos Neto, vão acelerar um pouco daqui pra frente e comentou que hoje debate-se muito sobre a interação de fintechs e bancos, “mas a grande questão é qual será a melhor porta de entrada para os clientes”, ressaltou o presidente do BC.
Juros e inflação
Para Roberto Campos Neto, a inflação hoje verificada não é estrutural, mas por estar elevada, forçou uma reação de política monetária. “Mesmo com o aumento da taxa, os juros seguem perto dos níveis mais baixos da história. O que temos dito é que, a não ser que algo muito diferente aconteça, achamos que estamos mirando novo aumento de 75 pontos base”, disse.
Ao ser questionado sobre a polêmica envolvendo o Orçamento deste ano, ele lembrou que qualquer fator que crie incertezas fiscais afeta a parte longa da curva de juros. “Isso, por sua vez, tem efeito sobre as expectativas de inflação e condução da política monetária”, pontuou.
Campos Neto afirmou ainda que a China vem absorvendo cada vez mais fluxos de investimento, de 60 a 70%, tanto em ações quanto em renda fixa, ao explicar por que a participação de estrangeiros vem caindo no financiamento da dívida pública brasileira.
A expectativa do presidente do BC é que, embora o Brasil enfrente variantes mais contagiosas da covid-19, a economia aprendeu a lidar com a pandemia e deve mostrar um processo de reabertura e aceleração no segundo semestre, considerando o avanço da imunização.