IGF 2021: Vazamento de dados movimentará US$ 5 trilhões daqui três anos
Reunidos na semana passada em Katowice, na Polônia, ativistas e emissários de governos de países de todo o mundo debateram os rumos da internet mundial na edição desde ano do Fórum de Governança da Internet (IGF 2021). E emitiram um importante alerta a respeito da necessidade de enfrentar o vazamento de dados pessoais.
Os debates mostraram como a população mais vulnerável economicamente é também aquela mais exposta, e que as políticas de combate à desigualdade digital precisam trabalhar para melhorar os conhecimentos de quem está entrando pela primeira vez na internet. De 2019 até hoje, cerca de 782 milhões de pessoas se conectaram, diz a ONU.
Na abertura do evento, o secretário-geral da ONU, António Guterres destacou que a tecnologia ajudou a salvar vidas durante a pandemia, permitindo o trabalho remoto, o estudo e a socialização sadia. “Mas também colocou uma lupa sobre a desigualdade digital e o lado sombrio da tecnologia: a disseminação em velocidade da luz da desinformação, a manipulação do comportamento humano e mais”, afirmou.
Por isso, o tema deste ano do IGF foi “Internet Unida”. Pelos cálculos da ONU apresentados no evento, a manutenção de uma rede aberta, livre e segura pode gerar 230 milhões de empregos digitais apenas na África Sub-sahariana até 2030, movimentar US$ 120 bilhões e capacitar nada menos que 650 milhões de pessoas.
Ao mesmo tempo, o uso da inteligência artificial mundo afora vai movimentar até lá US$ 4 trilhões.
Mas da mesma forma que gera oportunidades e movimenta rios de dinheiro, o universo digital traz riscos. A ONU revelou dados preocupantes quanto ao aumento dos vazamentos de dados pessoais. Alertou para pico desse problema, para a falta de responsabilização das empresas privadas ou órgãos públicos que lidam com dados.
A falta diretrizes para empresas, facilitou a disseminação de discurso de ódio, extremismos desinformação ao longo da pandemia. O cibercrime contabilizou 7 mil vazamentos apenas em 2019, expondo 15 bilhões de registros.
A expectativa é que tais vazamentos continuem a crescer e movimentem o equivalente a US$ 5 trilhões no ano de 2024. A conclusão principal do encontro deste ano foi de que governos precisam promover a inclusão digital responsável, enquanto o setor privado precisa seguir diretrizes que permitam a manutenção de uma internet aberta e livre.
Quanto à cibersegurança, é urgente a edição de leis de proteção de dados. Nas regiões onde foram aprovadas, tais regras contribuíram para mitigar problemas, avaliaram os especialistas reunidos em Katowice. Mas a regulação, alertaram os painelistas, precisa ser “inteligente” e na medida certa para não sufocar a inovação. (Com assessoria de imprensa)