IBM aposta em IA aberta e especializada para o mercado B2B

Para a companhia, cliente tem de ter a opção de usar a solução de sua preferência, mesmo que envolva fornecedores distintos; foco é disponibilizar tecnologia direcionada a atividades específicas
IA generativa para atividades específicas é mais barata e eficiente, diz IBM
Executivos da IBM Brasil anunciam estratégia de IA direcionada ao mercado B2B (crédito: TeleSíntese)

Com Inteligência Artificial (IA) no centro de sua estratégia de negócios, a IBM procura explorar o mercado dessa tecnologia como fornecedora de uma plataforma na qual os clientes podem agregar soluções de terceiros e treinar suas próprias aplicações automatizas. O foco é disponibilizar um serviço flexível, aberto e dedicado a operações específicas, o que, em última instância, tem potencial para reduzir custos e fidelizar clientes.

“Acreditamos que a IA tem de ser aberta para que os clientes possam tirar o melhor proveito dela”, destacou Marcelo Braga, presidente da IBM Brasil, em encontro com jornalistas, nesta quarta-feira, 29, em São Paulo.

A aposta da empresa no mercado de IA é a plataforma watsonx. Contudo, em vez de funcionar como um sistema que se dispõe a “resolver” tudo, como o ChatGPT, o serviço foi projetado para escalar e acelerar a adoção da IA em atividades corporativas específicas, com base nos dados agregados disponíveis pelo usuário.

Além disso, para a IBM, não faz mais sentido prender o cliente totalmente a uma única solução ou provedor, uma vez que modelos abertos, os quais permitem a integração de tecnologias, tendem a aumentar a produtividade e a eficiência, conforme as necessidades de cada negócio.

Sendo assim, a companhia trabalha como se fosse um ecossistema de parceiros, permitindo que os clientes tenham acesso a uma ampla oferta de tecnologias. No evento, a IBM anunciou um acordo com a Onni.ai, startup que desenvolveu um bot de voz com opções de sotaque. A distribuidora de eletricidade Equatorial Energia usará a IA generativa em seus canais de atendimento.

“Acreditamos que a IA para as empresas tem que ser aberta para que os serviços possam ser incorporados”, afirmou Braga.

“Acreditamos que tem que ser uma plataforma direcionada. Os modelos de linguagem amplos são sensacionais, mas, na hora que você quer uma solução de IA para os negócios, a transação de milhares de pessoas acessando e consumindo fica muito cara. Então, estamos indo para modelos de linguagem mais específicos e restritos”, explicou.

Impacto nos negócios

Na avaliação do presidente da IBM, a adoção da IA representa um período que vai ser lembrado na história da tecnologia. Além disso, indicou que, em vez de os negócios se apoiarem na IA em busca de eficiência, o que está ocorrendo é justamente a tecnologia se posicionando no centro da estratégia empresarial.

De todo modo, Braga pontuou que os projetos baseados em IA precisam ser mais modestos para serem economicamente viáveis.

“Na hora que conseguimos ter modelos de linguagem específicos, bem mais restritos, estreitos, profundos e especializados, são muito mais efetivos e baratos. É uma abordagem com governança e dimensionamento de custos que vai trazer escala para dentro das empresas”, opinou.

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Eduardo Vasconcelos

Jornalista e Economista

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