IA mede felicidade dos trabalhadores e reduz turn over

O objetivo é reduzir o turn over, reverter situações críticas e melhorar a comunicação interna entres os funcionários.  

A inteligência artificial – IA –  está sendo usada no setor de RH para medir a felicidade dos colaboradores ou para processos de recrutamento e seleção. No primeiro caso, o objetivo é reduzir o turn over, reverter situações críticas e melhorar a comunicação interna entres os funcionários.  No segundo, o uso da IA no recrutamento permite ganhar tempo e otimizar processos, desde o hunting de candidatos até sua triagem e qualificação.

A solução que mede a felicidade dos funcionários e alunos foi desenvolvida pelo professor do Hospital Israelita Albert Einstein, Sérgio Amad, que criou a fiter, plataforma aplicada ao RH para medir pulsos de felicidade e satisfação via inteligência artificial. Amad explica que a IA é conjugada com elementos da neurociência e da psicologia, sendo a primeira plataforma a utilizar neurociência aplicada e algoritmos na gestão de pessoas.

A fiter atende a grandes empresas como Eurofarma, Adão Imóveis, Souza Andrade e Braspress, trabalhando com elementos da neurociência, da psicologia e da PTS (People Track Solution) na composição de seus algoritmos. A empresa já conquistou cerca de 100 mil usuários em todo território nacional.

O CEO destaca que a felicidade no mercado de trabalho não influencia apenas na qualidade de vida dos profissionais, mas também apresenta grande vantagem para as empresas. Estudo realizado pela Harvard Business Review aponta que profissionais satisfeitos com suas tarefas são 31% mais produtivos, 85% mais eficientes e 300% mais inovadores. Consequentemente, isso resulta em uma queda de 55% no número de demissões e 125% no que diz respeito aos casos de Síndrome de Burnout.

Nos últimos anos, a satisfação profissional tem ganhado protagonismo nos ambientes corporativos, principalmente na área de Recursos Humanos, e, com a pandemia, a preocupação com a saúde mental dos colaboradores tornou-se primordial. A capacidade de sentir prazer na realização das tarefas laborais do dia a dia é o foco da fiter, que estuda tecnologia e neurociência aplicadas a gestão de pessoas e transforma o sentimento abstrato em números.

“A fiter foi criada em laboratório em 2018. No ano seguinte, foram feitas provas de conceito. Em 2020, foi a vez do desenvolvimento do software, e, em 2021, do lançamento da operação comercial. Somos uma empresa de neurociência que mede pulsos de felicidade mensalmente das empresas. O modelo de negócios hoje atende a duas verticais: empresas e o setor de educação, para medir a felicidade dos alunos e evitar evasão”, explica Amad.

Ele diz que a tecnologia da empresa avalia como o cérebro percebe felicidade nos ambientes de trabalho e acadêmico, ajudando ativamente na prevenção de estafa mental dentro do quadro de colaboradores. A avaliação dos níveis de prazer profissional promovida pelo software é importante do ponto de vista psíquico e de performance, sendo capaz de identificar episódios de síndrome de burnout, ansiedade e depressão, e até mesmo evitá-los previamente.

O software analisa a cultura organizacional e desenvolve oito perguntas de múltipla escolha personalizadas, que devem ser respondidas mensalmente. O colaborador recebe uma mensagem no celular convidando-o a medir a felicidade no trabalho. Depois que coloca o CPF e a data de nascimento, o robô já identifica a pessoa, que responde às perguntas em oito cliques durante dois minutos.

“A IA usa conceitos de machine learning para emitir a taxa de felicidade. Além disso, temos o algoritmo da cultura da empresa que mostra para o colaborador a taxa de aderência.  A empresa usuária pode auferir a taxa de felicidade em todo o país, bem como os níveis de saúde mental, emitindo o risco de turn over”, diz  Amad

Ele ressalta que os dados não são anonimizados porque as perguntas não são detratoras e, inclusive, a fiter certifica o RH para aplicar o software e ensina neurociência para que a área possa interpretar os dados. São avaliados quatro fatores: se a pessoa entende que está no cargo certo, se tem orgulho de trabalhar na empresa, se o clima está favorável, e se ela se sente produtiva.

“Se ela responde afirmativamente a esses quatro itens, fechou o gabarito de felicidade. Diferentemente das pesquisas de clima, a metodologia de pulso não tem perguntas com viés – bom, ruim, concordo e discordo – nem perguntas sobre lideranças ou sobre a empresa, que podem criar um clima de detração na companhia”, diz Amad.

As opções de resposta são motores de psicopedagogia. Para a pergunta “você está no cargo certo?”, a resposta pode ser “sim”, “neutro” ou “preciso desenvolver”. Nesse último caso, o colaborador está pedindo treinamento para o RH e não avaliando se está bom ou ruim no cargo.

“Este trabalho foi testado no Einstein, em 2018 e 2019. Depois, a metodologia de pulso foi validada, e, só então, colocamos para rodar nas empresas. Por isso, o RH precisa ser certificado, pois alguns clientes estão abandonando pesquisa de clima, que foi criada para descobrir problemas e não descobre como ajudar o funcionário, porque as empresas ficam cegas, sem acesso a dados. A pesquisa pulso alimenta a IA, e o RH pode enxergar as pessoas e tomar medidas para ajudá-las”, argumenta Amad.

Por meio da metodologia de pulso, é possível realizar a predição da gestão de pessoas, auxiliar na atuação antecipada do turn over, detectar possíveis colapsos na saúde mental, melhorar as relações e o clima organizacional, tornando o dia a dia e as pessoas mais produtivos, com qualidade na vida profissional e pessoal.  “Estamos reduzindo, em média, 25% do turn over. Quando falamos em levantamentos do RH de cultura e clima, reduzimos os processos em 70%. E vamos estudar, em breve, os episódios de burnout”, ressalta o CEO.

A abler é outra startup criada por profissionais das áreas de RH e Tecnologia, com o objetivo de conectar empresas e candidatos entregando uma ferramenta completa para o recrutador e amigável para os candidatos. Segundo Alisson Souza, fundador da abler, todo processo de recrutamento pode ser beneficiado com a ferramenta, do recrutamento à qualificação.

Além dos benefícios no gerenciamento de alto volume de currículos, a Inteligência Artificial também contribui para a maior assertividade na seleção de candidatos. Dentro da fase de seleção de candidatos, a Inteligência Artificial busca por profissionais que se encaixem às necessidades da vaga em aberto, entregando um ranqueamento dos candidatos de acordo com a aderência às soft e hard skills definidas inicialmente no processo de recrutamento.

“Tanto para analisar, criar currículos, qualificar candidatos e buscar informações sobre eles, acaba sendo gasto tempo com tarefas manuais. Com as automatizações, esse tempo pode ser utilizado com outras tarefas e projetos, passando a ser mais estratégico”, explica.

Criada em 2016, a abler já conquistou mais de 300 clientes por todo o Brasil, e mais de 40 mil vagas já foram fechadas por meio da plataforma, conquistando um tempo médio de oito dias para o fechamento de vagas. Hoje o software disponibiliza um banco de talentos mais completo, sendo mais de 3 milhões de profissionais cadastrados.

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Redação DMI

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