IA e IoT redefinem gestão e atendimento no setor de saúde
A implementação de tecnologias como Inteligência Artificial (IA) e Internet das Coisas (IoT) na área da saúde tem se tornado cada vez mais relevante, com instituições e especialistas buscando soluções que otimizem o atendimento e melhorem a gestão de recursos.
Durante o IoT e as Redes Privativas, evento realizado pelo Tele.Síntese, o Dr. Antonio Carlos Endrigo, Diretor de Tecnologia da Informação da Associação Paulista de Medicina (APM), e Vilson Cobello Junior, Diretor Corporativo de TI do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, compartilharam suas visões sobre o papel dessas tecnologias no setor.
Vilson destacou que o Hospital das Clínicas (HC) vem passando por uma transformação digital significativa nos últimos anos. Segundo ele, o uso de conectividade avançada, como 5G, e a aplicação da IoT são essenciais para a otimização do ambiente hospitalar. “A meta é que os sensores percebam o que está acontecendo e resolvam os problemas, sem eu ter que falar o que fazer”, afirma. Ele também ressaltou que o HC está desenvolvendo uma rede 5G privativa, uma iniciativa que visa garantir uma conectividade mais segura e eficiente para os equipamentos de monitoramento e diagnóstico.
Ele ainda ressaltou que essas iniciativas vão além de melhorar o dia a dia do médico. Elas otimizam a alocação de recursos humanos e ampliam a capacidade de resposta dos hospitais: “Temos projetos voltados para a saúde com a inclusão de equipamentos de monitoramento, o que facilita a rotina dos médicos e melhora a gestão dos recursos”.
IA e a saúde digital
Dr. Antonio Carlos Endrigo destacou o papel da IA no futuro da saúde, ressaltando seu potencial para melhorar a precisão dos diagnósticos e a gestão de grandes volumes de informações médicas. “A IA vai causar um grande impacto positivo no dia a dia do médico, desde que eles se aproximem dessa tecnologia”. Ele explicou que a capacidade da IA de processar grandes quantidades de dados ajudará a evitar que informações importantes, como sintomas ou eventos clínicos passados, sejam esquecidas durante o processo de diagnóstico.
A APM tem se dedicado a promover eventos e cursos voltados para a capacitação dos profissionais da saúde, visando aumentar a aceitação dessas tecnologias. “Ainda enfrentamos dificuldades em sensibilizar o médico para adotar novas tecnologias”, reconhece Endrigo, enfatizando que é essencial o envolvimento dos profissionais tanto com as tecnologias voltadas para o atendimento clínico quanto para a gestão de pacientes.
Desafios e perspectivas
Apesar dos avanços, a adoção de tecnologias como IA e IoT na saúde ainda enfrenta barreiras. Um dos desafios mencionados pelos especialistas é a necessidade de maior capacitação dos profissionais. Segundo Endrigo, “as faculdades de medicina precisam investir nesse tipo de capacitação”, referindo-se à formação de médicos que saibam aproveitar o potencial da IA e de outras inovações tecnológicas.
Por outro lado, Cobello ressaltou que a tecnologia, por mais avançada que seja, não substitui o papel dos profissionais de saúde. “A responsabilidade sempre será dos profissionais. Primeiro vem o nosso conhecimento, depois o apoio dessas novas tecnologias”, finalizou.