Huawei reage à decisão da FCC de banir chinesas de fundo universal para compra de equipamentos
Em meio ao clima de tensão entre o presidente Donald Trump e a gigante chinesa, Huawei, a FCC (Federal Communication Commission) colocou mais lenha na fogueira na sexta-feira. O órgão vetou as operadoras de telecom norte-americanas de utilizarem o USF (Universal Service Fund), instrumento que subsidia as empresas na compra de equipamentos, caso elas escolham ZTE ou Huawei. Em termos de valores, o fundo chega a somar cerca de US$ 8,5 bilhões a serem aplicados pelas companhias. A medida atinge principalmente as carriers que atuam em áreas rurais e remotas e, para a Huawei, essa decisão é um grande erro que pode comprometer a conectividade nessas áreas.
A decisão do FCC foi tomada dias depois do Departamento de Comércio dos Estados Unidos ter renovado pela terceira vez por mais 90 dias a licença especial que as operadoras poderiam se candidatar para comprar equipamentos da Huawei. A preocupação com a edição dessa medida era justamente a de evitar um colapso nas áreas rurais e remotas onde a Huawei possui grande número de contratos. O argumento do órgão regulador norte-americano foi o de que as duas empresas representam uma ameaça à segurança nacional.
Para a Huawei, esse pedido é ilegal pois o órgão não fornece evidências de que a empresa represente uma ameaça à segurança nacional. “Em vez disso, a FCC simplesmente assume, com base em uma visão equivocada da Lei chinesa, que a Huawei pode estar sob o controle do governo chinês”, diz a companhia em comunicado.
A empresa ainda considera que a FCC está ciente das melhores práticas que podem realmente melhorar a segurança da rede nos EUA “sem segmentar ilegal e irracionalmente a Huawei”. “Essas ações injustificadas terão efeitos negativos profundos na conectividade dos americanos nas áreas rurais e carentes nos Estados Unidos”, declarou.
A partir da decisão da FCC, toma lugar o debate sobre o custo que essa migração de equipamentos — pelo menos 40 operadoras utilizam essas plataformas — no orçamento das operadoras. Pelas contas da RWA (Rural Wireless Association), os valores para isso podem chegar a cerca de US$ 1,2 bilhão enquanto a FCC estima algo entre US$ 1 bilhão a US$ 2 bilhões, dependendo da quantidade de sistemas que precisarão ser substituídos.