Huawei quer usar nuvem para conectar negócios entre Brasil e China
A Huawei tem um objetivo ambicioso com o seu braço de computação em nuvem no Brasil. Além de crescer e fazer frente aos serviços rivais de big techs, a companhia quer que a sua plataforma seja uma ponte para transações comerciais do País com o resto do mundo, especialmente a China.
“Nos últimos dois anos, temos convidados muitos clientes e empresas do Brasil para conhecer as empresas da China, para exportar a tecnologia de lá para cá”, disse William Dong, presidente de Marketing da Huawei Cloud. “Para nós, não é só trazer a melhor nuvem e os melhores serviços. O nosso objetivo é ser a ponte entre o Brasil e o resto do mundo”, acrescentou, em coletiva de imprensa, nesta terça-feira, 26, em meio a um evento da empresa em São Paulo.
Dong revelou que, desde que a Huawei iniciou operações de nuvem no Brasil, em 2019, a unidade cresceu 15 vezes em receita no País. Atualmente, ocupa a terceira posição no segmento de infraestrutura como serviço (IaaS) na América Latina, atrás das plataformas AWS, da Amazon, e Azure, da Microsoft, de acordo com dados da IDC.
Segundo o presidente de Marketing da Huawei Cloud, a ideia é “manter a estratégia no Brasil”, com foco especial no setor bancário – o Itaú, por exemplo, é cliente da empresa – e no setor público (30 ministérios usam a nuvem da Huawei).
Além disso, a companhia busca levar serviços de nuvem para o universo das Pequenas e Médias Empresas (PMEs). A aposta é no produto Huawei Cloud Flexus, um conjunto de servidores para aplicações de carga média e baixa, com configuração flexível e menor custo computacional.
“No Brasil, 98% das empresas são PMEs. Entendemos o potencial desse mercado. Não queremos oferecer só os melhores produtos, mas a melhor experiência. A nuvem ainda é muito desafiadora. Então, usamos a IA [Inteligência Artificial] para torná-la mais fácil para as PMEs”, destacou Dong.
Demanda no Brasil
De acordo com Dong, os serviços de nuvem que estão puxando a demanda no Brasil são os de armazenamento, backup, big data e banco de dados.
No evento, a empresa apresentou a versão 5.0 do Pangu, um modelo de IA que pode ser aplicado a diversos setores. A solução é capaz de criar modelos 3D e usá-los para treinar aplicações, como carros autônomos. No Brasil, o sistema já é usado por empresas do setor elétrico para analisar as condições das torres de transmissão de energia.
Dong não revelou os próximos passos da expansão dos serviços e da infraestrutura de nuvem da Huawei no Brasil, mas indicou que, no tocante à América Latina, a empresa tem planos para o México.