Huawei mira chegar ao top 3 do mercado de infraestrutura de data center no Brasil
Celebrando 25 anos no Brasil em 2023, a Huawei tem planos ambiciosos para a sua divisão de data centers no País para os próximos anos. A fabricante chinesa, que já tem forte presença nas redes de telecomunicações, projeta chegar ao top 3 do mercado de infraestrutura para centros de dados no prazo de três anos.
O objetivo foi confirmado por Barbara Pizzolato, vice-presidente de Data Center da Huawei Brasil, na quinta-feira, 27, durante evento da empresa com integradoras e revendedores em Votorantim, no interior de São Paulo.
Segundo a executiva, a conquista do mercado brasileiro tem como foco o aprofundamento das relações com provedores de serviços de internet (ISPs), já clientes da empresa no segmento de dispositivos de telecom, e grandes empresas que já possuem data centers próprios, mas desatualizados.
“Nos encaixamos perfeitamente no mercado de ISP por todo o histórico que temos com telecom e conectividade. Em segundo lugar, vem o segmento de Enterprise, as grandes empresas, que carecem de equipamentos mais condizentes com as atuais necessidades de storage [armazenamento de dados]”, afirmou Barbara.
Na quinta-feira, a Huawei anunciou o fortalecimento da parceria com a WDC Networks. A partir de agora, a empresa especializada em TaaS (tecnologia “as a service”) fica responsável pela distribuição dos equipamentos de data center da companhia chinesa no Brasil.
De acordo com Barbara, a estratégia para conquistar o público brasileiro envolve ampliação do portfólio e celeridade na capacidade de entrega, que varia de 60 a 90 dias. Por meio da WDC, a empresa chinesa vai trazer ao País a linha Huawei Fusion Module, que contempla dispositivos para a instalação de data center modular inteligente, incluindo soluções como fonte de alimentação, resfriamento, rack, confinamento, cabeamento e sistema de gerenciamento dentro de um módulo.
“O objetivo é ser o fabricante que vai do início ao fim, com um portfólio muito forte que nos possibilita profissionalizar o data center de qualquer porte, desde uma empresa pequena até um hyperscale”, assinalou Barbara. “A grande vantagem é que, em dois meses [a partir do pedido], o data center modular está funcionando”, assegurou.
A executiva também destacou que a procura pela infraestrutura aumentou significativamente em razão da crescente demanda por conectividade gerada em decorrência da pandemia de covid-19. No entanto, o investimento em uma instalação tradicional de data center é alto e o tempo de retorno, volátil. Além disso, muitas vezes, não se trata de uma estrutura associada à atividade principal da empresa, mas utilizada como suporte.
“As empresas estão descobrindo que conseguem ter um data center que não seja gigantesco”, ressaltou Barbara.
Para estimular revendedores e integradoras, a multinacional chinesa também anunciou um programa de networking chamado “Datacenter Club”, no qual parceiros serão convidados para eventos culturais, gastronômicos e esportivos, incluindo corridas de automobilismo e jogos de futebol. Os negócios que mais se destacarem neste ano ganharão uma viagem para conhecer a sede da empresa na China.
“A Huawei foi agressiva na parte de conectividade. Data center não é uma novidade, mas, quando a empresa resolve focar mais em um mercado, vai com tudo”, indicou a VP da fabricante asiática.
O jornalista viajou a convite da Huawei*