“Hesitação” de operadoras derruba projeções para o Open RAN
Uma das mais importantes empresas de pesquisa do mercado global de telecomunicações, a Dell’Oro Group, revisou para pior suas projeções relacionadas às vendas de redes Open RAN. Segundo a consultoria, há “hesitação” por parte das operadoras, que resistem a investir mais no padrão desagregado de redes móveis.
“O Open RAN percorreu um longo caminho nos últimos anos, e hoje representa ‘um dígito médio’ [cerca de 5%] do mercado de redes móveis. Mas depois de três anos de expansão mais rápida que o esperado, ajustamos as projeções para uma queda nos próximos cinco anos pela primeira vez, refletindo a hesitação a respeito dessa geração de arquiteturas”, explica o Dell’Oro.
A consultoria diz que o Open RAN teve adesão de entrantes no mercado móvel, mas ainda não é possível estimar ao certo quando as operadoras tradicionais vão investir pesado no modelo.
Os dados condizem com as conclusões da UnB, que pesquisou o mercado de Open RAN a pedido da Anatel. A universidade concluiu que a tecnologia é mais atraente para novas empresas, mas ainda não se mostra viável para operadoras com redes legadas.
Ainda assim, a consultoria acredita que essa queda é temporária. “Vemos esta revisão mais como uma calibragem de curto prazo do que uma mudança na trajetória de crescimento de longo prazo”, diz o vice-presidente da empresa, Stefan Pongratz.
Segundo ele, já eram esperados percalços no desenvolvimento de adoção do padrão. “A nossa perspectiva de longo prazo não mudou. Continuamos a acreditar que o Open RAN veio para ficar, e o crescimento do suporte por mais fabricantes comprova esta tese”, acrescenta.
Segundo as projeções da consultoria, as receitas com Open RAN vão crescer 10% nos próximos cinco anos, 5% a menos do que o previsto no relatório anterior, de 2022. Até 2027, o Open RAN vai abocanha 15% das vendas mundiais de redes móveis. O mercado europeu seguirá como o mais importante no segmento. (Com assessoria de imprensa)