Grupo com segunda maior dívida da Oi rejeita oferta e diz que ela só beneficia acionista atual

O comitê diretivo de Bondholders, um conglomerado de investidores de inúmeras bandeiras que têm US$ 36 bilhões a receber da Oi, divulgou hoje uma dura nota contra a oferta de reestruturação feita pela companhia no último dia 5. Para esses credores, o plano "proporciona ganhos extraordinários aos atuais acionistas, incluindo os acionistas majoritários e os recentes acionistas especuladores das ações da Companhia, embora esses acionistas não estejam fazendo qualquer contribuição significativa para o Plano. Conquanto estruturado para omitir seus reais pretendidos efeitos, o Plano claramente busca enriquecer os atuais acionistas e oferece a eles a opção de se beneficiar com as vantagens que a reestruturação da Companhia trará a partir do perdão da dívida imposto aos credores", afirma.

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O comitê diretivo de Bondholders, um conglomerados de investidores que detém a segunda maior dívida da Oi (a primeira está nas mãos do conglomerado brasileiro – somados Anatel, BNDES, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal), emitiu hoje, 8, uma dura nota contra o plano de reestruturação da Oi, apresentado no último dia 5.

Para esses credores, esse plano, que segundo eles foi apresentado sem qualquer negociação prévia justamente com quem é o credor, nada mais é do que uma “tentativa inapropriada de mascarar a realocação de valores aos acionistas da companhia, em detrimento dos credores”.

Segundo esse comitê, a proposta da Oi acaba forçando os credores a perdoar R$ 22 bilhões da dívida, mas os atuais acionistas não perdem nada, mantendo-se lindos e faceiros com 100% do capital da operadora. Essa proposta, afirmam esses credores, é muito pior do que a que estava sendo negociada pelo ex-presidente Bayard Gontijo, que previa a diluição dos atuais controladores para 10% do capital da empresa.

“O Plano apresentado pela Companhia requer um extraordinário perdão da dívida, alongamento substancial do prazo de pagamento e outras concessões dos credores. No entanto, o plano não impõe qualquer sacrifício aos acionistas, na medida em que a Companhia poderá refinanciar R$ 10 bilhões em valores mobiliários conversíveis dentro de três anos (uma condição facilitada, visto que o plano contempla perdão substancial de dívidas e permite a venda de ativos pela Companhia sem a prévia anuência dos credores). O plano proporciona ganhos extraordinários aos atuais acionistas, incluindo os acionistas majoritários e os recentes acionistas especuladores das ações da Companhia, embora esses acionistas não estejam fazendo qualquer contribuição significativa para o plano. Conquanto estruturado para omitir seus reais pretendidos efeitos, o plano claramente busca enriquecer os atuais acionistas e oferece a eles a opção de se beneficiar com as vantagens que a reestruturação da Companhia trará a partir do perdão da dívida imposto aos credores,” enfatizam os bondholders.

Atitude Hostil?

A nota afirma, ainda, que os credores estão formulando uma contraproposta a ser apresentada em breve, contraproposta que esperam ser viável para todos, pois esse grupo deixa a entender que a Oi, ao se recusar a negociar com os credores, estaria adotando uma “atitude hostil” de maneria a não conseguir os votos necessários dos credores para a sua oferta, forçando pedido de falência da empresa. 

 

 

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Miriam Aquino

Jornalista há mais de 30 anos, é diretora da Momento Editorial e responsável pela sucursal de Brasília. Especializou-se nas áreas de telecomunicações e de Tecnologia da Informação, e tem ampla experiência no acompanhamento de políticas públicas e dos assuntos regulatórios.
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