Greve faz BC adiar Relatório da Inflação para o dia 30

A greve tem atrasado ou suspendido a divulgação de estatísticas e projetos do BC, como a segunda fase das consultas ao dinheiro esquecido.
Greve faz BC adiar Relatório da Inflação para o dia 30 - Crédito: Flickr BC
Sede do Banco Central, em Brasília. Crédito: Flickr BC

A greve dos servidores do Banco Central (BC), que dura mais de dois meses, atrasou a divulgação do Relatório Trimestral de Inflação de junho. Inicialmente previsto para o dia 23, o documento será apresentado no dia 30, informou a autarquia em nota para a imprensa.

Mesmo sem a divulgação do relatório, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto e o diretor de Política Econômica, Diogo Guillen, darão uma entrevista coletiva no dia 23. Eles farão uma apresentação breve e, segundo a assessoria de imprensa do BC, conversarão sobre política monetária.

Em greve desde 1º de abril, os funcionários do BC reivindicam a reposição das perdas inflacionárias nos últimos anos. Nesta semana, a categoria resolveu reduzir o pleito de reajuste, de modo a tentar avançar nas negociações. Agora, a demanda é por reajuste de 13,50%, contra 27% antes, que representava a recomposição das perdas inflacionárias desde 2019. Eles também pedem a mudança da nomenclatura de analista para auditor e a exigência de nível superior para ingresso dos técnicos do BC.

Em 19 de abril, a categoria suspendeu a greve, mas retomaram o movimento por tempo indeterminado desde 3 de maio. Desde então, só serviços considerados essenciais estão sendo executados, como as reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom) e a divulgação do déficit primário no primeiro quadrimestre.

A divulgação de estatísticas, como o boletim Focus (pesquisa semanal com instituições financeiras), o fluxo cambial, o Relatório de Poupança e a taxa Ptax diária (taxa média de câmbio que serve de referência para algumas negociações), foi suspensa ou ocorre com bastante atraso. Projetos especiais, como a expansão do open banking e a segunda fase de consultas de saques de valores esquecidos, estão suspensos.

Desde o início do ano, diversas categorias do funcionalismo federal trabalham em esquema de operação-padrão ou fazem greve porque o Orçamento de 2022 destinou R$ 1,7 bilhão para reajuste a forças federais de segurança. No fim de abril, o governo confirmou que estudava um aumento linear de 5% para todo o funcionalismo, mas o ministro da Economia, Paulo Guedes, descartou a concessão de reajustes em 2022.

(com Agência Brasil)

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Redação DMI

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