Governos devem ter cuidado com o preço das frequências da 5G, alerta CEO da Telefónica

Licença de espectro por mais tempo é um dos pleitos do presidente da Telefónica, José-María Pallet, que defendeu também a elaboração de uma Constituição Digital para proteger os dados das pessoas.

Barcelona – A evolução do ecossistema digital da 5G depende do acesso ao espectro. E os governos devem entender que esse bem não pode ser nem caro, nem escasso. Esse foi o recado dado pelo CEO da Telefónica, José María Pallete, em sua palestra de abertura do MWC19. “Os governos devem distribuir o espectro de forma racional e concedê-lo por mais tempo”, defendeu o executivo.

Pallete criticou também o que considera a excessiva pulverização das empresas de telecomunicações na Europa, onde a Comunidade Europeia não permite a fusão transfronteiriça. “Qual é a teoria da competição que estabelece que deve existir um operador de serviço para cada um milhão de habitantes?” indagou.

O diretor-geral da organização GSMA, Mats Granryd, assinalou que a venda de espectro para a quinta geração não pode impedir, pelo seu preço, o crescimento da digitalização da sociedade. Conforme as projeções da entidade, a tecnologia avança mais rapidamente na região da Ásia Pacífico, que contará com 65% das 10 milhões de conexões de 5G que estarão em serviço até o final deste ano. Os Estados Unidos vêm em segundo lugar, com 28% dos acessos.

Dados

Os dados pessoais dos clientes devem ser protegidos por uma nova Constituição digital, que assegure a transparência e que as pessoas possam exercer controle sobre esses dados. “O uso dos dados deve estar guiado por valores firmes e éticos”, assinalou o presidente da Telefónica.

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Miriam Aquino

Jornalista há mais de 30 anos, é diretora da Momento Editorial e responsável pela sucursal de Brasília. Especializou-se nas áreas de telecomunicações e de Tecnologia da Informação, e tem ampla experiência no acompanhamento de políticas públicas e dos assuntos regulatórios.
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