Governo da Espanha vai comprar até 10% das ações do Grupo Telefónica

Em nota, governo espanhol considera movimento uma “salvaguarda das capacidades estratégicas” da multinacional; atualmente, empresa saudita é o maior acionista da tele
Governo da Espanha vai comprar até 10% do capital social da Telefónica
Governo da Espanha fala em “salvaguarda estratégica” ao anunciar a intenção de comprar participação na tele (crédito: Divulgação/Telefónica)

O governo da Espanha informou que tomou a decisão de adquirir até 10% do capital social do Grupo Telefónica, cujas operações no Brasil são realizadas sob a marca Vivo. Em comunicado divulgado ao mercado, o governo espanhol afirma que o movimento foi acordado na reunião do Conselho de Ministros, realizada na terça-feira (19).

A compra das ações será feita por meio da Sociedade Estatal de Participações Industriais (SEPI), uma holding com funções similares às de um fundo soberano.

“Com vocação para permanência, a participação da SEPI proporcionará à Telefónica maior estabilidade acionária para que a empresa alcance os seus objetivos e, portanto, contribuirá para a salvaguarda das suas capacidades estratégicas”, diz a holding estatal, em trecho da nota encaminhada à Comissão Nacional do Mercado de Valores (CNMV), agência governamental com funções semelhantes à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) no Brasil.

Vale lembrar que, em setembro deste ano, o STC Group, operadora de telecomunicações da Arábia Saudita e do Oriente Médio, comprou 9,9% da multinacional espanhola. A aquisição da participação tornou a empresa saudita o principal acionista do Grupo Telefónica, que, à época, considerou a transação “amigável”.

No comunicado em que indicou a intenção de comprar as ações da Telefónica, a SEPI sinalizou que realizará os procedimentos visando à aquisição do volume necessário de papéis, ao mesmo tempo em que tentará minimizar o impacto nos preços.

Além da Espanha e do Brasil, a Telefónica tem operações em países da América Latina, no Reino Unido (em parceria com a Liberty Global) e na Alemanha, onde planeja adquirir o controle total das operações da subsidiária.

Em novembro, a companhia apresentou o seu plano estratégico com ações previstas para até 2026, com destaque para a redução dos investimentos e o crescimento das receitas em B2B.

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Eduardo Vasconcelos

Jornalista e Economista

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