Galvão: Os serviços de assinatura na palma das mãos
*Adriano Galvão
Mesmo com o período de incertezas econômicas causado pelo isolamento social por conta da Covid-19, o mercado de serviços por assinatura segue como uma forte tendência no Brasil. Segundo pesquisa publicada este ano pela plataforma de pagamentos Vindi, mais de 70% das pessoas gastam mais de R$ 100 por mês em plataformas desse tipo. A pesquisa, realizada com 1.659 brasileiros ao redor do país, também mostra que a maioria das pessoas gostam de ter acesso a mais de uma opção de serviço de streaming, com 50,6% dos entrevistados afirmando serem clientes de seis a 10 ofertas recorrentes de diferentes categorias. Os preferidos são os serviços de consumo e telecomunicações, que aparecem pelo menos uma vez nas contas mensais de 99,6% dos entrevistados.
Esses dados são reflexo de como hoje temos necessidades diferentes ao longo do dia, o que não dá mais espaço para a ideia de preferência em relação a um determinado produto. Nossos hábitos de consumo são inconstantes e as ofertas precisam ser mais flexíveis para atender ao consumidor. Desde que a Covid-19 surgiu, temos uma jornada diária que envolve desenvolver diversos papéis, além de assumir novas funções que antes da pandemia não tínhamos. No mundo de hoje, todos nós somos muitas coisas ao mesmo tempo.
Todas essas necessidades estão contribuindo para nos mantermos conectados. Na Microsoft, tivemos que pensar e expandir nossa forma de oferecer serviços, justamente para atender a esse novo dia a dia do consumidor.
Não é novidade para nós que, apesar do mercado de computadores ter se destacado bem mais no ano passado em relação ao de celulares, o mercado de smartphones, especialmente, continua faturando e ganhando consumidores. Segundo a IDC, a receita total do mercado de celulares no Brasil em 2020 chegou a crescer 16% em relação a 2019, alcançando R$ 71,7 bilhões. Foram 46,1 milhões de smartphones vendidos. Outro dado, do relatório da Anatel, revela que o Brasil fechou o ano de 2020 com 234 milhões de acessos móveis, ou seja, os chips de celular, que podem ser usados para serviços de voz ou de conexão à Internet. O número, acima da população nacional, ocorre pelo fato de que parte das pessoas têm mais de um acesso, ou seja, mais de um chip ou conta de telefone celular. O total representou um aumento de 7,39 milhões em relação a 2019, o equivalente a 3,26%. O que significa que também foi um bom período para as operadoras, que somaram 234,1 milhões de linhas de celular, alta de 7,4 milhões.
Além disso, com a alta no mercado de aplicativos, oferecer serviços para celulares é uma estratégia praticamente obrigatória. Só assim conseguimos levar colaboração e organização, além de comunicação do usuário com amigos e família, tudo em um só lugar. Fizemos isso em nossos serviços do Microsoft 365, disponibilizando-os diretamente para os consumidores por meio de novas parcerias com operadoras de celular, justamente para que o consumidor pudesse ter no aparelho uma extensão do seu computador, além de entregar a ele novas opções de pagamento e valores de acordo com suas necessidades. Um perfil bem mais flexível de consumo, mais adequado a essa realidade fluida em que vivemos.
Falamos muito em trabalho remoto e híbrido como uma tendência que veio para ficar. A Forrester prevê que, assim que as pessoas se acomodarem em seus novos padrões de trabalho no período pós-pandemia, ainda veremos um aumento de 300% nos funcionários que trabalham remotamente em relação aos níveis pré-pandemia como parte dos modelos híbridos. Inclusive o nosso Índice de Tendências de Trabalho revela que 46% das pessoas planejam se mudar de cidade ou estado porque agora podem trabalhar remotamente. As pessoas estão trabalhando em redes corporativas e domésticas, e alternando constantemente entre negócios e atividades pessoais on-line graças a tecnologias interligadas com os dois aspectos de nossas rotinas.
O celular, nesse novo cenário, possibilita o uso de diversos aplicativos e ferramentas, tanto on-line quanto off-line, como calendários, e-mails, mensagens, álbum de fotos, listas de tarefas e documentos para gerenciar tudo. Eu, por exemplo, tenho todos os aplicativos necessários para a minha vida digital rodando tanto no computador como no celular, com ambos totalmente sincronizados. Com isso, apesar de passar boa parte do dia de trabalho no computador, é absolutamente normal que eu comece tarefas por ele e as termine pelo celular, ou que eu possa participar de reuniões pelo celular enquanto faço compras num supermercado ou me desloque para um compromisso. Além disso, tanto no computador quanto no celular, posso, nas horas vagas, relaxar jogando videogame, assistindo a um filme etc.
Para a Microsoft, esse conceito se chama Modern Life e é pensando nele que oferecemos recursos para ampliar o poder do usuário para além das situações de trabalho, estendendo as funcionalidades dos aplicativos que ele usa para a sua vida pessoal e ajudando-o como um pai ou mãe que precisa gerenciar o cotidiano de sua família ou uma pessoa que esteja apenas tentando ficar em contato e em sintonia com aquilo que é mais importante. Entregar a possibilidade de uso de ferramentas diferentes e ter uma central para que pessoas, grupos e famílias atuem em colaboração e se mantenham conectados e organizados com aplicativos que ajudam o usuário a trabalhar, aprender e viver de forma mais produtiva, com flexibilidade e mobilidade, enquanto usa a nuvem para armazenar tudo. Isso é a vida moderna.
Disponibilizar serviços, antes encontrados apenas no computador, nos smartphones é aceitar as mudanças, ocasionadas pela pandemia ou não, mas que envolvem novos hábitos do consumidor e que devem ser considerados em nossas estratégias para que o consumo faça sentido. Precisamos lembrar sempre que a tecnologia deve ser usada para facilitar a vida das pessoas, e encontrar soluções para seus problemas. Nossa missão é empoderar cada pessoa e cada organização no planeta a conquistar mais, e nós temos as ferramentas para ajudar o consumidor nesse novo momento de trabalho e educação híbridos, e na vida pessoal mais digital.
*Adriano Galvão, Vice-Presidente de Negócios para o segmento de Consumo na Microsoft.