G7: Lula defende governança internacional de IA, com pluralidade entre Estados
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defende que as maiores economias do mundo implementem uma governança da Inteligência Artificial (IA) integrada. A proposta é um dos destaques de pronunciamento na sessão de engajamento externo da Cúpula do G7 nesta sexta-feira, 14, na Itália.
“Necessitamos de uma governança internacional e intergovernamental da IA, em que todos os Estados tenham assento”, afirmou o presidente a representantes do G7.
Lula entende que os países devem se interessar por “uma IA segura, transparente e emancipadora”, que “respeite os direitos humanos, proteja dados pessoais e promova a integridade da informação”.
O chefe do Executivo também defendeu o uso de uma inteligência artificial “que potencialize as capacidades dos Estados de adotarem políticas públicas para o meio ambiente e que contribua para a transição energética”.
“Uma IA que também tenha a cara do Sul Global, que fortaleça a diversidade cultural e linguística e que desenvolva a economia digital de nossos países. E, sobretudo, uma IA como ferramenta para a paz, não para a guerra”, disse Lula.
O presidente acrescentou que “os países africanos são parceiros indispensáveis no enfrentamento desses e de outros desafios” e mencionou a integração da União Africana no G20.
Ao comentar desafios da era digital, o discurso reforçou a crítica “à concentração sem precedentes nas mãos de um pequeno número de pessoas e de empresas, sediadas em um número ainda menor de país” e destacou que “a inteligência artificial (IA) acentua esse cenário de oportunidades, riscos e assimetrias”, portanto, “seus benefícios devem ser compartilhados por todos”.
Plano de IA
O governo federal esperava divulgar em junho deste ano um plano para IA que posicionaria o Brasil como potencial desenvolvedor da tecnologia e modelo no estabelecimento de diretrizes. A previsão era de apresentação durante a 5ª Conferência Nacional de CTI (5ª CNCTI), que estava prevista para este mês. Contudo, o evento foi adiado para ocorrer em 30 de julho a 1º de agosto, em decorrência das atenções voltadas para o estado de calamidade no Rio Grande do Sul.