Figtree usa IA com criatividade para negócios
A aplicação de inteligência artificial (IA) em diversas áreas das companhias vem gerando novos modelos de negócio que envolvem estratégia, marketing, design, inovação e tecnologia. Um exemplo é a Figtree, que trabalha estratégia corporativa, criatividade e inovação como uma disciplina única orientada a propósitos diversos de negócios. Alguns dos clientes incluem Bradesco, Grupo
DNA Capital, Fundação Bradesco, BBSeguros, AYA Earth Partners, Dialmyapp, Lote5, Claudia Leitte, Confia e Embratel.
A empresa foi fundada por Ricardo Figueira, um pioneiro da internet que criou nos anos 1990 em Brasília as “home pages” de empresas, ministérios e órgãos públicos, que eram lançadas com tanto entusiasmo como as soluções de IA nos dias atuais. Depois de passagens pela Agência Click e Agência África, criou a Figtree no conceito de “design de novas possibilidades”.
“A maior parte das agências são focadas em criatividade para propaganda. A Figtree é focada em estratégia e criatividade para negócios. O primeiro cliente de IA da Figtree foi o Bradesco para o qual criamos a BIA no conceito de smart conversation, ou design neural de uma inteligência financeira como suporte para a vida das pessoas”, diz Figueira.
Ele destaca que a formação de design passou a ocupar um espaço que é extremamente funcional como a linguagem como ferramenta de operacionalização, especialmente para o público brasileiro que não gosta muito de ler, mas ama conversar e ouvir recomendações. Para Figueira, muitas empresas estão desvirtuando o uso dessa solução, oferecendo venda de tudo, em vez de usar como uma ferramenta que crie valor, por meio de uma conversa inteligente de negócio.
“Desde 2018, já trabalhávamos no conceito de prompt, ou a capacidade de a máquina ouvir as pessoas de acordo com o que elas precisam. Hoje isso fica mais tangível com o Chatgpt que materializou a melhor ferramenta de comunicação pelo computador que existe. A grande revolução do Chatgpt não é a análise de dados e sim sua capacidade de comunicação”, ressalta o fundador
da Figtree sobre o uso de IA.
Para o fundador da Figtree, a IA é uma disciplina que caminha junto com o design, porque são disciplinas universais e podem ajudar as empresas os mais variados contextos. A empresa atua em quatro áreas com o emprego de IA: estratégia de negócio, User Experience (desenho de experiência, envolvendo não apenas tela e Bot, mas até IoT e sensor de presença e contexto), comunicação empática e inovação.
“É essa quadrangulação e diálogo inteligente que a gente transforma em jornadas com produção e o time de programação codifica e aplica a IA, que é a capacidade de concatenar as mais diversas variáveis, prever as necessidades a cada contexto em que as pessoas chamam e que tipo de dados, em termos de consistência e coerência, é possível usar no canal. Temos na equipe antropólogos, designers, roteiristas, UX, todos unidos num mindset específico que chamamos de imaginação transformadora”, define Figueira.
A Figtree já usa IA generativa em várias áreas e processos como a criação de arquétipos visuais, novas formas arquitetônicas, mas acredita que a ferramenta é um meio e não um fim. Para ele, as empresas ainda precisam fazer o dever de casa de preparar seus processos para a IA generativa. “O mercado ainda não entendeu que, por mais que se tenha uma ferramenta fantástica como essa, capaz de entender o que as pessoas precisam, as empresas ainda não estão preparadas com suas jornadas internas para
conectar o que as pessoas precisam com aquilo que elas oferecem. Os produtos não estão formatados ainda, num modelo que as pessoas compreendam perfeitamente”, analisa Figueira.
Fisionomia do futuro
Uma das áreas potenciais da IA, é a de comunicação, inclusive institucional. A Rexona utilizou a inteligência artificial em uma ação para projetar imagens no futuro de meninas jogadoras de futebol. A empresa destaca que, apesar dos avanços na inclusão de gênero nos esportes nos últimos anos, ainda há muito o que alcançar quando consideramos a equidade no futebol feminino. Desde pequenas, as meninas não se sentem bem-vindas no campo por questões que vão do preconceito à falta de espaço para jogar, ou até mesmo pelas responsabilidades domésticas.
A ação faz parte do compromisso da marca, que junto à FIFA, vai ajudar mais meninas a jogarem futebol. O Álbum do Futuro projeta em figurinhas como será no futuro o rosto de meninas que hoje têm entre 7 e 16 anos, para que elas possam enxergar e acreditar no sonho de se tornarem as craques do amanhã.
Para captar a imagem das meninas e projetar suas fisionomias no futuro, a marca promoveu uma partida entre elas com uma sessão de fotos ao final. As jovens retratadas no álbum fazem parte do projeto social “Rexona Quebrando Barreiras”, que empodera jovens em situação de vulnerabilidade. A tecnologia criou projeções personalizadas de como seus rostos seriam no futuro quando
tiverem idade suficiente para disputar grandes campeonatos.
“Usamos a inteligência artificial como um suporte para mostrar às garotas que o sonho de se tornarem futuras craques do Brasil é possível, sim. Ser atleta de futebol é um caminho cheio de barreiras para as mulheres”, afirmou Poliana Souza, líder de cuidados pessoais da Unilever.