FCC anuncia plano para acelerar a implantação do 5G
A Comissão Federal de Comunicações dos Estados Unidos (FCC) divulgou hoje, 15, seu plano para buscar a liderança do país em redes 5G. O planejamento já estabelece os próximos leilões 5G que acontecerão em 2021, como a licitação 100 MHz de frequência no espectro 3,45 GHz.
Para este ano, a Comissão também pretende leiloar mais 100 MHz da banda 2,5 GHz. Há ainda a meta de adotar uma ordem que permita eletrônicos de baixa potência operarem em banda de 6 GHz na potência de 14 dBm – abaixo, portanto, do que a Anatel decidiu recentemente e que propõe para harmonização no continente americano.
Além disso, a FCC pretende atualizar as regras de utilização das bandas 5470-5725 MHz, que hoje são reservadas para a proteção das operações de governo. Para integrantes da agência, as tecnologias avançaram o suficiente para proteger a rede federal e liberar o espectro para licenciamento. Outra possibilidade avaliada pela comissão é subir a potência do Serviço de rádio de banda larga do cidadão (CBRS), reservada para serviços privativos e do exército. A FCC iniciará uma tomada de subsídio sobre o assunto este ano.
Mais leilões foram delineados para 2022. Em um deles o FCC deverá disponibilizar 50 MHZ entre os espectros 1300-1350 MHz. Sobre as ondas milimétricas, 42 GHz será a prioridade do próximo ano. Já as vendas das bandas abaixo de 3 GHz, 4,8 GHz, 7.125-8.4 GHz e acima de 95 GHz ficarão só para depois de 2022.
Disputa com a China
A tentativa dos Estados Unidos de acelerar a implantação do 5G é uma resposta ao atraso do país frente a China. “Ainda em 2016, nós estávamos em sérios riscos de ceder a liderança dos Estados Unidos para nossos competidores ultramarinos, e isso envolveria milhões de empregos e trilhões de dólares” afirmou o comissário Brandan Carr, durante evento hoje.
Carr apresentou dados que mostram que, entre 2012 e 2016, os Estados Unidos construíram menos que três novas células 5G por dia, enquanto a China construiu 460. Os operadores da maior potência mundial estavam consumindo três vezes mais tempo do que os provedores de outras partes do mundo para gerar uma capacidade de rede equivalente.
“Tínhamos espectro de banda média zero para 5G em um ponto no tempo em que outros países tinham 300 MHz ou mais. Além de todas essas ‘boas notícias’, os EUA tiveram um total geral de zero ofertas 5G comerciais”, completou o comissário.
China de fora
A divulgação do plano sucede mais uma sanção às marcas e fabricantes chinesas. Na última sexta-feira, a FCC adicionou mais três empresas da China à lista de ameaças à segurança nacional. As recém-chegadas Hikvision, Hytera Communications e Dahua Technology atuam na área de segurança por vídeo.
Com isso, elas ficam proibidas de usar recursos do Fundo de Serviço Universal (USF), que subsidia as empresas na compra de equipamentos. Isso impede as chinesas de fornecer equipamentos para operadoras rurais nos Estados Unidos. Já integravam a lista a Huawei e ZTE, que tentaram, sem sucesso, se livrar da classificação em 2020.