Faixa de 450 MHz está sendo trocada por satélite. Como é possível?

Conforme a Oi, que tem até um projeto aprovado com os subsídios do REPNBL para construir a rede LTE 450 MHz em Goiás e em Brasília, a alternativa de se ocupar essa frequência baixa para levar a banda larga para os rincões do país ainda não se comprovou comercialmente viável. A empresa defende que a oferta via satélite não é tão mais cara, traz redução de custos de instalação e pode entregar novos serviços.

A disputa que se abriu pelo fim da tecnologia de celular analógica no país (AMPS), que teria data para acabar, no próximo dia 26 de março, mas o debate foi reaberto com uma nova consulta pública da Anatel, traz também um outro debate, que é o futuro da tecnologia nacional e a aposta brasileira no uso da frequência de 450 MHz para levar as telecomunicações para as áreas rurais brasileiras.

Conforme a Oi, que tem até um projeto aprovado com os subsídios do REPNBL para construir a rede LTE 450 MHz em Goiás e em Brasília, a alternativa de se ocupar essa frequência baixa para levar a banda larga para os rincões do país ainda não se comprovou comercialmente viável. A empresa defende que a oferta via satélite é a melhor saída, pois não é tão mais cara, traz redução de custos de instalação e pode entregar novos serviços.

Em sua contribuição para a discussão da continuidade do Ruralcel, a concessionária alega que, transcorridos três anos da licitação da faixa de 450 MHz -(ela foi vendida juntamente com a frequência de 2,5 GHz) “a frequência ainda não pode ser utilizada em termos comerciais no país, uma vez que, além da falta de fornecedores de equipamentos e terminais para tal faixa, o avanço tecnológico e os interesses de negócios estão fazendo com que novos padrões tecnológicos, como o LTE-450 e não mais o CDMA-2000 planejado pela agência, sejam desenvolvidos e possam ser utilizados.”

O problema, aponta a empresa é que só recentemente teriam surgido “ainda de forma bastante embrionária” as primeiras perspectivas de uso dessa faixa com a tecnologia LTE”. O interessante, é que, conforme a Oi,  as operadoras  não estão se valendo de outras frequências terrestres do celular para atender às metas estipuladas no leilão, mas sim optando pela cobertura satelital.

Conforme a concessionária, que quer implementar essa solução também para os seus clientes do Ruralcel, “do ponto de vista técnico, a solução permitirá atender áreas geográficas mais amplas, independentemente de características de relevo e morfologia, sendo até mais vantajosa que soluções GSM, em função da dispersão demográfica em áreas rurais e do menor alcance de cobertura das ERBs principalmente aquelas utilizando especificamente frequências altas.”

A Oi defende ainda que o atendimento via satélite para usuários que se encontram em regiões remotas distantes dos grandes centros não é tão mais onerosa do que as soluções terrestres com o GSM e rádios monocanais, pois, argumenta, o satélite permite a redução de custos de instalação dos meios adicionais diante do volume de terminais envolvidos e da possibilidade de serem oferecidos outros serviços aos usuários, que não seriam possíveis se fosse utilizada apenas a rede terrestre.

 

 

 

 

 

 

 

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Miriam Aquino

Jornalista há mais de 30 anos, é diretora da Momento Editorial e responsável pela sucursal de Brasília. Especializou-se nas áreas de telecomunicações e de Tecnologia da Informação, e tem ampla experiência no acompanhamento de políticas públicas e dos assuntos regulatórios.
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