Experiência em nuvem requer mais data centers e troca tecnológica

Especialistas afirmam que desafio é distribuir cargas por mais centros de dados, CDNs e pontos de troca de tráfego; substituição de aplicações legadas também favorece o usuário

Experiência em nuvem requer ampliação de data centers e substituição tecnológica

A melhora do desempenho de soluções em nuvem acompanhada da redução da latência depende, em síntese, da ampliação das infraestruturas de hospedagem – parque de data centers, CDNs (redes de distribuição de conteúdo) e pontos de troca de tráfego (PTTs) – e da modernização de aplicações para tecnologias atualizadas, de acordo com especialistas.

As formas de aperfeiçoar a experiência do usuário no que diz respeito ao tráfego de dados foram abordadas em painel do T.S Data Center Cloud Summit, realizado pela Momento Editorial, que publica o Tele.Síntese, nesta quarta-feira, 4.

O diretor geral e vice-presidente de Vendas para a América Latina da Akamai, Claudio Baumann, destacou que, embora infraestrutura não resolva todos os problemas, ainda é preciso investir para seguir atendendo às demandas de nuvem dos usuários. Ele ainda ressaltou que a instalação de CDNs contribui para otimizar os serviços das redes de telecomunicações.

“O grande benefício para as operadoras é a economia de banda interna e internacional, pois se consegue ter uma performance mais controlada. Estamos, em geral, a um ou dois hops [saltos] do usuário final”, pontuou Baumann.

Nesse sentido, o diretor de Projetos Especiais e de Desenvolvimento do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (Nic.br), Milton Kashiwakura, afirmou que a demanda sobre os PTTs de São Paulo, Rio de Janeiro e Fortaleza cresce continuamente. Sendo assim, o desafio é distribuir a carga para as demais infraestruturas espalhadas pelo território brasileiro.

O novo PTT do Nic.br, em Rondônia, deve entrar em operação ainda este mês. Para 2024, a entidade ainda espera lançar outras duas infraestruturas similares: uma no Nordeste, especificamente em Petrolina, cidade pernambucana na divisa com o estado da Bahia, e outra na região Norte.

O Nic.br também aposta no projeto OpenCDN, por meio do qual convida grandes provedores de nuvem e serviços digitais a armazenarem cachês nesses equipamentos. A iniciativa já tem operações em Salvador, Manaus, Brasília, Belo Horizonte e Recife. “A ideia é que esse projeto seja autossustentável. O Nic.br incentiva por dois ou três anos para criar volume”, explicou Kashiwakura.

Proximidade e modernização

A localização geográfica das infraestruturas não pode ser ignorada em relação ao desempenho das soluções em nuvem. O head de Operações de Data Center da Cirion, Heubert River, afirmou que a menor distância entre o usuário e a infraestrutura ajuda a reduzir os saltos para pleno uso da tecnologia.

Nesse contexto, a Cirion vem investindo na América Latina. A empresa já conta com 18 data centers na região e prevê a construção de outras unidades no Peru, no Chile e no Rio de Janeiro. “Isso reforça o uso de aplicações críticas, como medicina, carro autônomo e gaming”, assegurou.

Na avaliação de Helton Pereira, diretor de Operações da Claranet, o investimento em infraestrutura seca sempre fica abaixo das demandas de tecnologia. Dessa forma, como forma de atacar a latência, sugeriu a substituição de aplicações legadas por soluções modernas.

De todo modo, Pereira indicou que a necessidade de se pensar em priorização do tráfego de dados. “A necessidade de resposta tem que ir ao encontro do negócio. Vamos ter que classificar isso em algum momento, vamos ter que classificar o tráfego como prioridade. O nosso maior desafio é criar essa consciência”, afirmou.

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Eduardo Vasconcelos

Jornalista e Economista

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