Expectativa de adesão para greve do BC é de 60% a 70%
Servidores do Banco Central (BC) iniciaram nesta sexta-feira uma greve por tempo indeterminado, afirmando que a paralisação pode impactar serviços como a operação do Pix, enquanto o presidente da autarquia, Roberto Campos Neto, está em período de férias.
De acordo com o Sinal (Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central), a greve poderá interromper parcialmente o sistema de pagamentos instantâneos (Pix) e a distribuição de moedas e cédulas, bem como suspender, parcial ou totalmente, a divulgação do Boletim Focus e de diversas taxas financeiras. O sindicato garante que a lei de serviços essenciais será respeitada pelos servidores.
“A greve dos servidores do BC será feita respeitando a lei de serviços essenciais, a menos que o governo publique nos próximos dias a Medida Provisória do reajuste salarial dos policiais federais e o BC fique de fora: nesse caso, será proposta uma radicalização sem precedentes do movimento”, afirmou Fábio Faiad, presidente do Sinal, em comunicado.
O Sinal diz que a expectativa de adesão neste primeiro dia de greve é de 60% a 70% dos funcionários. Sem reajuste nos últimos três anos, os servidores do BC pedem recomposição salarial de 26,3% e reestruturação de carreira de analistas e técnicos.
O sindicato criticou também o fato de o presidente do BC, Roberto Campos Neto, ter tirado alguns dias de folga na véspera da greve. “Infelizmente, nessa hora tão importante, o presidente do BC viajou de férias para Miami, o que não ajuda nada no sentido de encontrarmos uma solução para a crise”.
Em nota, o BC disse ter planos de contingência para “manter o funcionamento dos sistemas críticos para a população, os mercados e as operações das instituições reguladas, tais como STR [Sistema de Transferência de Reservas], Pix, Selic, entre outros”. No entanto, não detalhou o funcionamento das medidas.