Europeus criticam WhatsApp por pressionar usuários a aceitarem novos termos

A BEUC afirmou que as "incessantes" e "invasivas" notificações para que o usuário aceite os novos termos de privacidade minam a livre escolha e que o aplicativo não tem sido transparente quanto a natureza das mudanças

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A Organização Europeia do Consumidor (BEUC), ligada à proteção de direitos dos consumidores, criticou a atualização da política de privacidade do WhatsApp que, segundo o órgão, tem pressionado os usuários injustamente. A BEUC enviou hoje, 12, à Comissão Europeia e à rede europeia de autoridades de defesa do consumidor reclamações sobre a nova política e pediu que autoridades de rede e de proteção de dados trabalham na questão em conjunto.

Juntamente com oito membros, a BEUC classificou as notificações para que os usuários aceitem a nova política como persistente, recorrente e intrusiva. “O conteúdo dessas notificações, sua natureza, timing e recorrência põe uma pressão indevida nos usuários e prejudicam sua livre escolha”, diz. Assim, a política de privacidade violaria a Diretiva da UE sobre Práticas Comerciais Desleais.

As mudanças na política de privacidade do aplicativo anunciadas em janeiro de 2021 preveem o compartilhamento de alguns dados dos usuários com o Facebook e permitem que clientes enviem mensagem para empresas. Segundo a big tech, a conversas pessoais não seriam afetadas e continuariam protegidas. Em junho, o Facebook desistiu de limitar funções para quem não aceitasse a política. Em vez disso, definiu que haveria uma solicitação constante para a permissão.

De acordo com a BEUC, a companhia falhou em comunicar o que significa os novos termos, afirmando que eles são opacos. “É praticamente impossível para o consumidores conseguir um claro entendimento de quais consequências as mudanças do WhatsApp trazem para sua privacidade”, declarou. A ambiguidade é ainda maior em relação à transferência de dados ao Facebook e terceiros.

“O WhatsApp foi deliberadamente vago sobre isso e consumidores estariam expostos a processamento de dados muito mais extensos sem consentimento válido. É por isso que nós estamos convocando as autoridades a tomar decisões rápidas contra o WhatsApp para garantir que o aplicativo respeita os direitos dos consumidores”, afirmou Monique Goyens, diretora geral da BEUC.

A BEUC não entendeu, diz Facebook

Em resposta à BEUC, um porta voz do Facebook comentou que a privacidade e a segurança de chats pessoais não iria mudar. Disse ainda que a atualização não aumenta a capacidade do aplicativo de compartilhar dados com o Facebook.

“A ação da BEUC é baseada em um mal entendido das propostas e efeitos da atualização dos nossos termos de serviço. Nossa recente atualização explica as opções que as pessoas têm para enviar mensagem a um negócio no WhatsApp e fornece transparência sobre como coletamos e utilizamos dados.” (Com assessoria de imprensa e agências internacionais)

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Da Redação

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