EUA cortam acesso da Rússia à indústria ocidental de chips

EUA adicionam mais de 49 empresas russas ao ato de controle de exportação, impedindo que os fabricantes de chips norte-americanos vendam os produtos em resposta à invasão da Ucrânia.
EUA corta acesso da Rússia aos chips. Crédito-Freepick.
Entre as medidas anunciadas por Joe Biden contra a Rússia, está a proibição de venda de chips.Crédito- Freepick

EUA cortam acesso da Rússia a indústria de chip. Essa é uma das consequências imediatas ao controle de exportações anunciado pelo governo estadunidense de Joe Biden em resposta à invasão da Ucrânia pela Rússia, há dois dias, e o início da reação dos governos ocidentais a medida de força de Putin. As repercussões da guerra deverão ter  forte impacto na indústria de tecnologia digital, o que deverá ser um inesperado tema para  o MWC 22, maior feira e congresso do setor, que se inicia nesta segunda-feira, dia 28.

Entre as medidas anunciadas pelas nações ocidentais- como o corte ao sistema de compensação de recursos financeiros internacional, conhecido como Swift- está presente o controle de exportações anunciado pelo presidente Biden, que tem como foco principal impedir que os fabricantes de chips vendam esses produtos para mais de 40 fábricas militares russas.  Forma listadas no anúncio norte-americano  49 entidades militares que passam a ter acesso negado a semicondutores de ponta e outras importações de tecnologia críticas para seu avanço militar.

Conforme o jornal Financial Times, a medida interrompe o fornecimento das principais fabricantes dos EUA – Intel e  Nvidia. E segundo o jornal, o maior fabricante de chip por encomenda do mundo, com mais da metade do mercado global, a Taiwan Semiconductor Manufacturing Company, comprometeu-se a também não fechar contratos com os russos.

China

Os analistas do setor  divergem sobre o resultado desta medida para os fabricantes chineses de chips. A indústria chinesa foi banida do mercado estadunidense, e poderá então contar  esse inesperado e  enorme mercado russo que se abre, a depender de como a crise avance. Mas há quem acredite que a produção chinesa não conseguiria atender a essa enorme demanda, e que não teria tecnologia para os semicondutores mais sofisticados, usados na indústria bélica.

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Miriam Aquino

Jornalista há mais de 30 anos, é diretora da Momento Editorial e responsável pela sucursal de Brasília. Especializou-se nas áreas de telecomunicações e de Tecnologia da Informação, e tem ampla experiência no acompanhamento de políticas públicas e dos assuntos regulatórios.
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