EUA adiam 5G em 3,5 GHz por preocupações com segurança de aviões

Agência de transportes dos EUA alega que o 5G irá interferir nos sistemas da cabine dos aviões que lidam com aterrissagem em mau tempo. As operadoras negam que haverá interferência. Mas novos testes serão realizados. No Brasil, a faixa será toda limpa, com a remoção das TVs por partabólicas.

No dia em que o Brasil realizava o leilão do 5G, quando arrecadou R$ 47,2 bilhões com a venda das faixas de 700 MHz, 2,3 GHz, 3,5 GHz e 26 GHz; o Wall Street Journal publicava, no dia 4 de novembro, uma ampla reportagem sobre a decisão das duas maiores operadores de telefonia celular do país – a AT&T e a Verizon de adiarem em pelo menos um mês o lançamento do 5G usando a frequência principal, a de 3,5 Ghz, para “resolver as preocupações sobre a potencial interferência com os sistemas de segurança da cabine dos aviões”, informa o jornal.

O lançamento do serviço pelas duas empresas estava marcado para o dia 5 de dezembro, e foi adiado para janeiro porque a FAA – uma unidade do Departamento de Transporte dos Estados Unidos iria emitir portarias limitando o uso de sistemas automatizados de cabine de pilotagem porque a entidade alega que poderia haver potencial interferência das torres de 5G que estão no solo. As operadoras de contestam a necessidade de mais salvaguardas e alegam que as evidências não mostram que os sinais do 5G irão interferir nos equipamentos de voo.

A FCC, agência que vendeu as frequências e regula o mercado de telecomunicações, emitiu comunicado apoiando a decisão das duas operadoras  de adiar o lançamento do serviço: ” a segurança da aviação e a liderança em tecnologia são prioridades nacionais e essas empresas demonstraram compromisso com ambas”, afirmou a agência.

A Verizon, por sua vez, emitiu nota afirmando que “análise baseada em dados demonstrará novamente que as operações 5G nesta banda não representam risco para a segurança de voo”. E a AT&T disse que é “fundamental que essas discussões sejam informadas pela ciência e pelos dado”.

As duas operadoras pagaram bilhões de dólares pela banda C e suas ações chegaram a cair com o anúncio do adiamento do serviço. Lá, a banda C fica entra as bandas de 3,7 a 4,2 GHz. E os sistemas de segurança para aterrissagem em mau tempo, um dos que seriam afetados, ficam entre as bandas 4,2 GHz a 4,4 GHz.

Brasil

No Brasil, a Anatel – agência que regula o espectro e que promoveu a licitação – nunca se pronunciou sobre outros serviços nesta banda, a não ser o de TV paga via satélite, que funciona no que se convencionou chamar aqui de Banda C “estendida”. E esses serviços serão removidos deste espectro, para que a frequência fique toda limpa para o 5G. A TV aberta via satélite será transferida para a banda KU do satélite e as três grandes operadoras que compraram 100 MHz do espectro com licenças nacionais é que irão pagar a limpeza desta faixa.

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Da Redação

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