Estudo mostra complexidade de alocar bandas entre itens da WRC-27

"Por mais que a gente tenha trabalhado muito em 2023, agora é que o trabalho começou mesmo", diz líder do grupo que definiu tópicos a serem debatidos nos próximos anos.
Estudo mostra complexidade de alocar bandas frente aos itens da WRC-27
Setor debate preparaticos para WRC-27 | Foto: Freepik

Os desafios de planejamento e tomada de decisões rumo à próxima Conferência Mundial de Radiocomunicações (WRC-27 na sigla em inglês) foi tema de debate na 10ª Conferência de Gestão do Espectro da América Latina, ocorrida nesta semana, em Brasília. Representantes do setor de telecomunicações destacaram os temas de maior complexidade e o peso do compartilhamento de espectro para chegar às soluções.

O vice-presidente da TMG, Geraldo Neto,  que esteve na liderança do grupo que definiu os itens na agenda da WRC-27, mostrou um levantamento que relaciona os serviços  demandados pelo setor e as bandas em que podem coexistir (na tabela abaixo)

“Um dos desafios que a gente tem em preparação para 2027, não é só defender ou garantir o funcionamento dos serviços existentes e tentar achar o espaço para todas esses itens que a gente tá estudando, mas também entender a inter-relação entre esses novos itens”, afirmou Neto.

Veja o levantamento em questão abaixo:

 

Desafios

Para Neto, há consenso de que os itens da WRC-27 que demandarão maior trabalho são:

  • Espectro adicional IMT 6G (1.7 );
  • Espectro para aplicações Direct-to-Device - D2D (1.13);
  • Harmonização da banda S para MSS (1.14);
  • Acordo explícito para emissões de NGSO (1.5); e
  • Acesso equitativo às bandas de satélite Q/V (1.6).

Alguns destes pontos também foram citados por  José Ayala, diretor de Relações Governamentais e Industriais da Ericsson na América Latina. Segundo ele, as "suposições mais otimistas em termos de disponibilidade de espectro até 2030" estimadas pela empresa aponta a necessidade de 1,5-2,2 GHz de espectro adicional de área ampla para os casos de uso 6G, por exemplo.

Em outro painel da Conferência em Brasília, ainda nesta quarta-feira, o executivo de Estratégia de Espectro da Intelsat, Hazem Moakkit, elencou a compatibilidade entre  NGSO e GSO como um dos temas mais importantes.

"Reguladores precisam avançar, pois as nuances regulatórias não estão na mesma velocidade do progresso tecnológico", afirmou Moakkit.

Ainda durante o evento, a coordenadora de Processos de Satélites da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), Luciana Ferreira, falou sobre a expectativa pelo Sandbox Regulatório para D2D (saiba mais neste link).

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Carolina Cruz

Repórter com trajetória em redações da Rede Globo e Grupo Cofina. Atualmente na cobertura de telecom nos Três Poderes, em Brasília, e da inovação, onde ela estiver.

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