Estudo da Anatel mapeia concentração do espectro para rede móvel

Levantamento auxilia análise da Superintendência de Outorga e Recursos à Prestação que visa o uso racional das faixas, evitando a escassez de serviços.
Estudo da Anatel mapeia espectros ociosos e concentração
Vinícius Caram, superintendente na Anatel, apresenta levantamento sobre o uso de espectro para rede móvel | Foto: Tele.Síntese

O superintendente de Outorga e Recursos à Prestação da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), Vinícius Caram, apresentou nesta quinta-feira, 9, um mapeamento dos espectros ociosos e a concentração dos recursos entre as operadoras para a rede móvel. O levantamento faz parte da análise de readequação para evitar a escassez de serviços e promover a competitividade. 

Do total das faixas regulamentadas para o Serviço Móvel Pessoal (SMP), 87,5% são concentradas entre a Vivo (345 MHz), Claro (335 MHz) e TIM (325 MHz). Algumas das faixas não estão em uso, somando 1,2 GHz disponível (veja abaixo).

“Pensando no consumidor, que quer uma qualidade maior, é possível reorganizar o espectro, talvez pensar em modelo que permita a rede móvel 5G até em faixa sub-1. É possível ter um 5G com portadora de 20 MHz em [faixas de] 600, 700 e 800”, afirmou Caram. 

 

Na faixa de 700 MHz, por exemplo, as operadoras não ocupam todos os municípios, variando entre 63 a 5 mil cidades, individualmente (veja tabela na íntegra neste link). “Provavelmente, 80% das cidades brasileiras nunca vão precisar que uma operadora tenha todo esse espectro”, afirma Caram. 

O superintendente destaca que há várias opções de faixas a serem solicitadas e modelos de negócio possíveis. “Podemos trazer a competição. Desde que tenhamos alavancas regulatórias, modelos de licitação não arrecadatórios e facilitemos o acesso também ao espectro secundário”, complementou o superintendente.

Ainda durante e apresentação, Caram reforçou o potencial do uso secundário do espectro.  “Quando falam que estamos ‘atacando ou desrespeitando o uso primário’, não estamos  fazendo isso de forma alguma. Não vamos tomar o espectro de ninguém. Vamos incentivar o uso industrial. Se a operadora primária demonstrar que não vai utilizar – e a gente sabe que não vai usar todos os espectros, nem todas as cidades – podemos estimular os interessados em montar SMP devidamente”, defendeu.

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Carolina Cruz

Repórter com trajetória em redações da Rede Globo e Grupo Cofina. Atualmente na cobertura de telecom nos Três Poderes, em Brasília, e da inovação, onde ela estiver.

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