Empresas de IA precisam implementar ética a partir do design, defende VP do SAS

A ética por design significa que os valores éticos devem ser preservados desde o primeiro momento do desenvolvimento de um sistema de inteligência artificial, afirma Reggie Townsend
Reggie Townsend | #sasinnovate - Foto: Divulgação
Reggie Townsend | #sasinnovate – Foto: Divulgação

Orlando – Transparência, rastreabilidade, tempestividade. Esses três pilares são, na avaliação de Reggie Townsend, vp de Data Ethics Practice do SAS, fundamentais para sustentarem o desenvolvimento da inteligência artificial em todo o globo, e pilares que fazem parte dos valores da empresa. Townsend disse, durante o evento SAS Innovative, que ocorre na Flórida, que a empresa está adotando também o princípio da ¨ética por design¨, iniciativa que ele espera ser adotada por todas as empresas do globo.

A implementação  da ética por design significa dizer que os valores éticos que devem subsidiar os  sistemas da inteligência artificial precisam ser colocados em prática em todos os setores da empresa. ¨Deve ser feito um ¨road map¨ no qual os modelos éticos são implementados desde o início da concepção dos sistemas¨, explica Townsend. Por isso, defende que a ética por design deve ser adotada como um padräo para toda a indústria.

Perguntado sobre como a empresa global age diante de diferentes conceitos éticos, que mudam a depender das culturas de cada país, Townsend disse:

¨Usamos a lei como piso e os  valores como teto¨, afirmou. Isso significa, explicou, o sistema do SAS, por exemplo, se for usado por um carro autônomo e precisar escolher quem proteger, se ocorrer um acidente, vai em primeiro lugar, seguir a legislação local. ¨Se esse carro estiver dirigindo nas estradas da Índia, por exemplo, e se a legislação indiana determinar  que a vaca, por ser sagrada, deve ser protegida prioritariamente em caso de acidente,  os sistemas da empresa estarão prontos para cumprir a determinação legal e irão proteger o animal¨.  Mas assinalou que valores éticos universais estão também preservados. Por exemplo, disse, o SAS não processa nem armazena qualquer dado que contenha informações biológicas das pessoas.

Viés da Informação

¨É verdade que, porque usamos dados do passado, há um potencial grande de surgir viés na informação. É até inevitável que esse viés apareça. A questão é: o que vamos fazer sobre isso?  Nós escolhemos fazer com que os usuários de nossos sistemas façam escolhas conscientes¨, afirmou.

O executivo lembrou que governos de todo o mundo estão debatendo  normas legais para regular a atuação da IA. ¨Os países estão adotando táticas semelhantes, de abordagens abrangentes, que incluem posturas técnicas para o setor público e privado¨, disse. O importante é a combinação de pessoas, processo e tecnologia, avalia.

A jornalista viajou a convite do SAS

 

 

 

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Miriam Aquino

Jornalista há mais de 30 anos, é diretora da Momento Editorial e responsável pela sucursal de Brasília. Especializou-se nas áreas de telecomunicações e de Tecnologia da Informação, e tem ampla experiência no acompanhamento de políticas públicas e dos assuntos regulatórios.
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