Empresas ampliam gastos com TI, mostra pesquisa da FGV

Desembolsos na área alcançaram 9,4% da receita das médias e grandes empresas no País em 2023; previsão é de que gastos sigam crescendo nos próximos anos
Empresas aumentam gastos com TI, mostra FGV
Para FGV, tendência é de que gastos com TI nas empresas sigam aumentando (crédito: Freepik)

As médias e grandes empresas brasileiras seguem ampliando os desembolsos em TI, com os gastos e investimentos na área chegando a 9,4% da receita líquida no ano passado, aponta pesquisa da Fundação Getulio Vargas (FGV) divulgada nesta quarta-feira, 26.

Segundo o estudo, o setor de serviços é o que mais investe em sistemas tecnológicos de informação, com os gastos alcançando 13,6% do faturamento. Bancos e instituições financeiras, atividades incluídas nos serviços, ajudam a puxar os investimentos em TI. Indústria (5,4%) e comércio (4,5%) ficam abaixo da média geral.

De acordo com Fernando Meirelles, professor titular de TI e coordenador da pesquisa, os gastos com TI devem continuar abocanhando parcelas crescentes da receita das médias e grandes empresas. Em coletiva de imprensa, ele projetou que os investimentos na área devem alcançar de 10% a 11% do faturamento nos próximos dois ou três anos.

O relatório também mostra que o custo anual de TI por usuário foi de R$ 56 mil em 2023. Processamentos em nuvem representaram, em média, 45% das atividades das médias e grandes empresas brasileiras.

Meirelles destacou que softwares de inteligência analítica (BI, BA, CRM e outros de apoio ao trabalho executivo) têm impulsionado os lucros das empresas de tecnologia. Inclusive, o mercado brasileiro é dominado por seis companhias, que representam 96% das vendas: SAP (23% de participação), Oracle (16%), Totvs (16%), Microsoft (16%), Qlink (16%) e IBM (9%).

O estudo ainda trouxe, de forma inédita, apontamentos sobre o uso de Inteligência Artificial (IA) nas empresas. No Brasil, as plataformas ChatGPT (OpenAI), Google Gemini e Microsoft Copilot lideram em atividades de chatbot, machine learning e reconhecimento biométrico, respectivamente. No entanto, ainda não são tão representativas para os lucros empresariais.

“O faturamento e os gastos com Inteligência Artificial não estão crescendo como Inteligência Analítica”, disse o coordenador da pesquisa.

Em sua 35ª edição anual, a pesquisa Uso de TI nas Empresas foi feita com 2.664 organizações de médio e grande portes. Das 500 maiores companhias em operação no País, 66% participaram do questionário.

Dispositivos

O relatório da FGV indica que há 480 milhões de dispositivos (computador, notebook, tablet e smartphone) em uso no Brasil, tanto para atividades corporativas quanto domésticas. Em média, são 2,2 dispositivos digitais por habitante.

Em maio deste ano, o total de computadores (desktop, notebook e tablet) chegou a 222 milhões – em média, um por habitante. Notebooks (42%) são a maioria, seguidos por desktops (40%). Os tablets representam 18% dos dispositivos nessa categoria.

Já os smartphones em uso somaram 258 milhões até o quinto mês deste ano. A média é de 1,2 celulares inteligentes por habitante.

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Eduardo Vasconcelos

Jornalista e Economista

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