Embrapa cria sitIoT para empresas testarem tecnologias

O sitIoT é um ambiente baseado em um modelo de inovação aberta, para empresas e startups testarem sensores, equipamentos, softwares, dados e modelos.

cafe-colhercafe-agroticA Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa e a Agrosmart, plataforma de agricultura digital na América Latina, acabam de firmar parceria para o desenvolvimento de um modelo automático de diagnóstico, previsão e monitoramento de propagação de doenças agrícolas. A Agrosmart é a primeira startup a participar do ambiente criado pela Embrapa para que empresas interessadas testem suas tecnologias.

Segundo Silvia Massruhá chefe-geral da Embrapa Informática Agropecuária, o objetivo da criação do sitIoT (junção das palavras sítio e IoT, da sigla em inglês de Internet das Coisas) foi “estabelecer um ambiente colaborativo onde a Embrapa, como empresa pública, pudesse ser um agente facilitador e um fomentador do ecossistema da agricultura digital”.

O sitIoT é um ambiente baseado em um modelo de inovação aberta, para que empresas e startups que tiverem interesse possam testar suas tecnologias, sejam sensores, equipamentos, softwares, dados e modelos. Por outro lado, os dados e informações gerados neste ambiente podem ser compartilhados entre os parceiros e utilizados na pesquisa agropecuária, explica o pesquisador da Embrapa Informática Agropecuária Jayme Barbedo.

Parceria com Agrosmart

A Agrosmart vai instalar sensores na cultura do cafeeiro, no campo experimental da Embrapa Meio Ambiente, localizada em Jaguariúna (SP). Nesse campo experimental, está instalado o experimento FACE (Free Air CO2 Enrichment), que avalia em condições de campo o efeito das mudanças nos níveis atmosféricos de CO2 sobre a cultura do café.

O FACE-Café é o primeiro experimento do tipo na América Latina e o único no mundo com a cultura do café. Desde sua instalação, em agosto de 2011, o experimento tem sua instrumentação baseada em rede de sensores sem fio, que é uma das peças fundamentais da IoT.

“A ideia é desenvolver e colocar no mercado a tecnologia, que beneficiará o setor com modelos de predição e controle de doenças agrícolas, ajudando o dia a dia do produtor, resultando em benefícios como economia no uso dos insumos agrícolas e redução de perdas”, conta Mariana Vasconcelos, CEO da Agrosmart.

Nessa primeira fase da parceria, a doença-alvo será a ferrugem do cafeeiro, causada pelo fungo Hemileia vastatrix, uma das principais doenças da cultura no Brasil. Segundo a pesquisadora da Embrapa Meio Ambiente Kátia Nechet, responsável pelo monitoramento da incidência e severidade da doença durante o período de coleta dos dados climáticos, a ocorrência natural da doença na área experimental de café da Embrapa Meio Ambiente assegura a obtenção dos dados durante a execução das ações e permite o acompanhamento da incidência da doença em diferentes anos agrícolas e identificações de variações nos parâmetros climáticos que suportem a tomada de decisões para o manejo fitossanitário pelo produtor.

Para o chefe-geral da Embrapa Meio Ambiente, Marcelo Morandi, a implantação do sitIoT no campo experimental da Unidade abre novas oportunidades de parcerias e inclui a Embrapa em mais uma ação no caminho da revolução digital na agricultura. “A integração de forças e conhecimentos é o caminho para a inovação na agricultura, se beneficiando do rápido avanço das tecnologias de comunicação e informação, para a solução de problemas. Em especial aqui do manejo de doenças, que é um grande desafio dos agricultores, e que demanda cada vez mais inovações para adaptação às mudanças do clima.”

No Brasil o valor das perdas anuais causadas por pragas e doenças na agricultura é de R$ 55 bilhões. O objetivo é que a ferramenta ajude tanto pequenos quanto grandes agricultores. Além disso, pesquisadores também poderão usufruir da base de dados ambientais, proporcionando o desenvolvimento de métodos mais eficazes para o combate às doenças. (assessoria de imprensa)

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Da Redação

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