Em resposta aos EUA, Xiaomi declara que não possui vínculos com o Exército chinês

A fabricante chinesa entrou ontem na lista de empresas consideradas ameaça à segurança nacional do Departamento de Defesa e não poderá mais receber aplicações de investidores estadunidenses

Em nota publicada hoje, 15, a Xiaomi comentou sua entrada na lista suja de empresas chinesas do Departamento de Defesa dos Estados Unidos, que a classificou ontem como ameaça à segurança nacional. A fabricante de celulares declarou que não é controlada, afiliada ou pertence ao Exército chinês e que oferece “produtos e serviços para civis e uso comercial”. Também, afirmou que sempre respeitou as jurisdições e regulações de onde conduz seus negócios.

Além da Xiaomi, outras oito companhia compõe a lista. Com isso, investidores dos Estados Unidos ficam proibidos de investir nas ações dessas empresas. Aqueles que já possuem títulos  devem vendê-los até 11 de novembro de 2021. A Seção 1237 da Lei de Autorização de Defesa Nacional de 1999, direciona ao Departamento o dever de organizar uma lista de entidades chinesas consideradas “Empresas militares comunistas chinesas”. Companhias como Huawei, China Telecomunicações e China Mobile já integravam o grupo.

Apesar da Seção 1237 já existir há mais de duas décadas, foi só a partir de junho de 2020, que o Departamento de Defesa lançou a primeira lista, após grande pressão tanto do partido Republicano quanto do Democrata.

A Seção por si só apenas autoriza o presidente a determinar sanções para as integrantes na lista. A atual proibição de investimentos de estadunidenses nas chinesas advém de uma Ordem Executiva emitida em 13 de janeiro pelo quase ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

Durante seu governo, Trump promoveu diversas sanções a empresas chinesas, como a Huawei, ZTE, ByteDance e WeChat, em um processo que se acirrou em seus últimos dois anos de mandato. Em 2019, por exemplo, o presidente declarou emergência nacional a fim de supervisionar transações das operadoras locais com empresas estrangeiras. As justificativas para as medidas seguem na linha de que as chinesas representam uma ameaça à segurança, embora ainda não existam provas concretas sobre isso.

Por sua vez, a Xiaomi se consolidou como uma das maiores fabricantes de smartphones. No terceiro trimestre de 2020, ela ultrapassou sua concorrente do Vale do Silício, Apple, em volume de vendas de celulares. O que a posicionou como a terceira maior fabricante de celulares do mundo, atrás apenas da Samsung e da Huawei. (Com agências internacionais)

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Da Redação

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