Elon Musk entra com novo processo contra a OpenAI

Após recuar em primeiro processo, empresário volta à Justiça se dizendo enganado pela diretoria da startup ao acreditar que estava investindo em uma organização sem fins lucrativos
Musk retoma processo contra OpenAI, criadora do chatGPT
Musk abre novo processo contra OpenAI (crédito: Freepik)

O empresário Elon Musk entrou, nesta segunda-feira, 5, com um novo processo contra a OpenAI, startup especializada em Inteligência Artificial (IA) responsável pelo ChatGPT. O bilionário, que participou da fundação da empresa, alega ter sido enganado pelos outros sócios, sendo induzido a acreditar que estava investindo em uma organização sem fins lucrativos.

Em fevereiro, Musk ajuizou uma ação contra a OpenAI argumentando que a startup tinha se desviado da finalidade prevista em sua fundação, de criar tecnologias para benefício da sociedade, optando por seguir o caminho de obtenção de lucros. O processo foi arquivado, a pedido do empresário, em junho.

No novo processo, Musk diz que investiu milhões de dólares na startup, cujo foco seria desenvolver modelos neutros, seguros e abertos para uso público, mas a direção decidiu direcionar a empresa para gerar valor para os acionistas. O empresário ainda diz que “tudo isso era uma filantropia vazia” e não passava de um “gancho para o golpe de Altman”, se referindo a Sam Altman, CEO da OpenAI.

O CEO da Tesla e da SpaceX é um dos maiores críticos da OpenAI. Musk costuma dizer que a startup se tornou um braço lucrativo da Microsoft, tendo em vista que a dona do Windows é uma das maiores investidoras do laboratório de IA. Ele também reprova a empresa por não trabalhar com sistemas de código aberto.

“A OpenAI e a Microsoft podem ganhar uma fortuna vendendo essa tecnologia ao público, o que não seria possível se a organização sem fins lucrativos disponibilizasse gratuitamente a sua pesquisa e tecnologia, como Altman prometeu repetidamente a Musk”, afirma o processo.

Em meio ao primeiro processo, a OpenAI rebateu as acusações de Musk dizendo que o empresário, na época que ainda era sócio da startup, queria transformá-la em uma organização com fins lucrativos e chegou a sugerir uma fusão com a Tesla. A ação foi retirada um dia antes de uma audiência na qual o juiz iria ouvir os argumentos da criadora do ChatGPT.

Apesar do processo, Musk não é a única voz crítica ao atual direcionamento da OpenAI. A pesquisadora Helen Toner, ex-conselheira da startup, disse que o conselho de administração só soube da existência do ChatGPT, lançado no fim de 2022, pelo então Twitter (atual X). Ela também alega que Altman promovia uma “atmosfera tóxica” na empresa.

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Eduardo Vasconcelos

Jornalista e Economista

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